Macroeconomia


Fleury | Resultado 1T22

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Breno de Paula

Publicado 06/mai

Diagnóstico do 1T22: receita recorde e redução de despesas (t/t)

O Grupo Fleury apresentou resultados levemente positivos no 1T22, em linha com nossas expectativas. No trimestre, todas as marcas do Grupo apresentaram crescimento de receita. A empresa mantém sua estratégia de expansão da oferta do atendimento móvel (+27,6% a/a) em suas principais marcas, com a adição de novas rotas logísticas, que representou 8,1% do faturamento do trimestre. Vale destacar o crescimento de genômica (+20,4% a/a), refletindo a evolução dos exames de oncologia, neurogenética e doenças raras. Além disso, foi concluída a aquisição do Laboratório Marcelo Magalhães, em Pernambuco, e anunciada a aquisição do Saha, em São Paulo, focado em infusões e procedimentos de menor complexidade. Reiteramos nossa recomendação neutra para FLRY3, com preço-alvo de R$ 21,00/ação.

A receita líquida reportada no trimestre foi de R$ 1.090 mm (+21,9% a/a), em linha com nossas projeções. Desconsiderando o efeito das aquisições, a companhia apresentou crescimento orgânico de 11,8% frente ao 1T21, pautado pelo alto volume de exames eletivos, tanto em análises clínicas (+17,0% a/a) quanto em exames de imagem (+12,6% a/a). Os exames de Covid-19, por outro lado, representaram 6,2% do faturamento bruto do 1T22 (vs. 9,7% no 1T21 e 5,7% no 4T21), com repique frente ao último trimestre devido ao surto da variante Ômicron em janeiro e fevereiro. A receita da companhia é divida em três linhas, sendo elas: (i) Unidades de Atendimento, que foram responsáveis por 78,3% da receita líquida no ano, chegando a R$ 857 mm (+16,5% a/a); (ii) B2B, representando 14,8%, com R$ 146 mm (+2,0% a/a); e (iii) Novos Elos, que chegaram a R$ 75 mm, representando 6,8% do faturamento líquido.

Os custos dos serviços prestados atingiram R$ 765 mm (+26,2% a/a), passando a representar 70,2% da receita líquida da companhia (ante 67,9% no 1T21). No trimestre, o CSP foi impulsionado principalmente pelos aumentos de 28,5% no custo com pessoal e serviços médicos (em função da menor estrutura de pessoal no 1T21), 33,5% no custo de materiais (devido a maiores custos relacionados a medicamentos para serviços de infusão após a aquisição da CIP) e 12,6% no custo de ocupação (referente a aluguéis e manutenções). Já as despesas operacionais tiveram redução frente ao último trimestre (+19,0% a/a e -12,0% t/t), alcançando R$ 106 mm (9,7% da receita líquidano 1T22 vs. 9,9% no 1T21 e 11,8% no 4T21), mesmo com aumento de 23,6% do G&A.

O EBITDA reportado foi de R$ 327 mm (+14,4% a/a), levando a uma margem de 30,0% (-2,0 p.p. a/a e +4,2 p.p. t/t), levemente acima de nossas estimativas. O lucro líquido chegou a R$ 111 mm (-49,1% a/a), com margem líquida de 10,2% (-3,1 p.p. a/a e +3,2 p.p. t/t), pressionado por despesas financeiras da ordem de R$ 86 mm, mas em linha com nossas expectativas.

O crescimento da Plataforma de Saúde e Novos Elos, por operarem com margens menores que a Medicina Diagnóstica, deve pressionar as margens no ao longo do ano.

No 1T22, o fluxo de caixa operacional alcançou R$ 63 mm (-68,5% vs. 1T21), refletindo o EBITDA registrado somado ao aumento relevante do capital de giro. O fluxo de caixa livre da empresa passou de R$ 146 mm no 1T21 para -R$ 6 mm no 1T22, afetado pelo aumento do Capex, que chegou a R$ 67 mm (+29,6% a/a). A empresa encerrou o trimestre com um múltiplo Dívida Líquida/EBITDA LTM de 1,4x (vs. 1,0x no 1T21), bem inferior ao limite de 3,0x estabelecido pelos covenants financeiros.


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