Macroeconomia


Equatorial | Resultado 1T22

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Rafael Winalda

Publicado 17/mai

A Equatorial apresentou, nesta terça-feira (17), os seus resultados relativos ao 1T22, que ao nosso ver, foram positivos. Os M&A realizados pela companhia ao longo dos últimos meses, envolvendo recentemente as distribuidoras CEEE-D e CEA, além da geradora renovável Echoenergia, ampliaram o seu desempenho operacional. Apesar das novas aquisições trazerem também uma extensão de custos e um prazo de implementação destas sinergias, em nossa opinião, as movimentações recentes da Equatorial têm apresentado benefícios operacionais relevantes em um curto intervalo de tempo, fazendo com que ao final do 1T22 a companhia apresentasse variações anuais de 56% e 26% em seu EBITDA e lucro líquido ajustados, que totalizaram R$ 1,7 bi e R$ 505 mm, respectivamente.

Apresentando uma forte valorização ao longo dos últimos meses, os papéis da companhia se aproximaram fortemente do nosso preço-alvo de R$ 28/ação, deixando assim pouca margem para upside. Desta forma, colocamos nossa recomendação para o papel em Neutra, mantendo o preço-alvo inalterado para dez/2022.

Desempenho operacional. A Equatorial apresentou, ao final do 1T22, um volume bruto de energia distribuído em 8.633 GWh, alta de 3,5% a/a, além de um volume gerado de energia de 934 GWh, 2,3% superior ao do mesmo período do ano anterior. A companhia também expandiu sua base de clientes em 2,2%, de 9,8 milhões ao final do 1T21, para 10,1 milhões no 1T22. Desempenho em distribuição foi fortemente impulsionado pelos estados do Pará e do Rio Grande do Sul, que cresceram 6,5% e 5,9%, respectivamente, com incremento justificado pelo forte crescimento dos setores comercial e industrial. Já o desempenho de geração foi impulsionado, em partes, pela conclusão ainda no trimestre do Complexo Serra do Mel 2, adicionando os parques Echo 8, 9 e 10, porém parcialmente compensado pela menor incidência de ventos na região durante o período.

Receita operacional líquida. A receita operacional líquida, ex-construção, somou R$ 5,0 bi, evolução de 49% na comparação a/a e 6% acima de nossas expectativas. Além da consolidação dos novos ativos (CEEE-D, CEA e Echoenergia), vimos forte destaque operacional positivo na Equatorial Pará, com aumento de 6,5% no volume de energia distribuída. O segmento de transmissão também apresentou forte crescimento em sua receita bruta, dada a entrada de novas linhas de transmissão a partir do 2T21.

Custos totais e despesas operacionais. Custos e despesas consolidados da Equatorial totalizaram R$ 4,4 bi, 33% superior ao valor registrado ao final do 1T21. Este aumento é justificado principalmente pela entrada dos novos ativos de distribuição, CEEE-D e CEA, que juntos trouxeram uma expansão de aproximadamente R$ 1,1 bi em custos, além dos R$ 50 mm utilizados para consolidar a Echoenergia. Despesas em PMSO também reportaram um avanço ajustado de 48%, registrando R$ 681 mm, devido ao aumento das atividades de cobrança das novas distribuidoras.

Bons resultados operacionais. Dada a expansão de novos ativos na receita, o EBITDA regulatório reportado pela companhia, excluindo efeitos contábeis não-caixa, apresentou um montante de R$ 1.431 mm, 35% superior na comparação a/a, e 0,4% acima de nossas expectativas, principalmente graças ao bom desempenho no volume de energia distribuído e a entrada dos novos ativos de transmissão no portfólio da companhia. Desta forma, o lucro líquido ajustado da companhia totalizou R$ 505 mm, 26,1% superior ao mesmo período do trimestre anterior.

Resultado Financeiro. A empresa registrou um total de suas receitas líquidas no valor de R$ 230 mm, variação de 618% contra os R$ 32 mm do 1T21. Mesmo assim, dadas as novas emissões e a variação de juros e de inflação no período, o resultado financeiro apresentou um valor negativo de R$ 360 mm, variação de 56% contra o 1T21. A companhia, porém, reportou que este valor inclui efeitos não recorrentes de passivo de renegociação de dívida da CEA, referente a um bônus por adimplemento, no valor de R$ 134 mm, os quais totalizam um resultado financeiro ajustado de -R$ 494 mm.

Dívida e investimentos. Ao final do 1T22, o endividamento bruto e líquido da companhia atingiu respectivos valores de R$ 32 bi e R$ 23 bi, variação de 130% do endividamento líquido contra o mesmo trimestre do ano anterior. Atualmente a companhia apresenta exposição de 49% de sua dívida líquida em CDI, e 43% em IPCA. No trimestre, a companhia efetuou a emissão de R$ 2,8 bi de dívidas, via debêntures e financiamentos com o BNDES, levando seu indicador de dívida líquida / EBITDA para 3,7x, ante a 2,9x no 4T21.

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