Macroeconomia


Energias do Brasil | Resultado 2T22

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Rafael Winalda

Publicado 28/jul

Resultados em linha.

2T22 neutro. A EDP Brasil apresentou, nesta terça-feira (27), um bom desempenho em relação ao seu segundo trimestre, principalmente na comparação anual. A companhia reportou ganhos de margens e variações positivas em todos os seus segmentos operacionais. Parte desse desempenho é resultado da melhora do cenário hídrico e da sua crescente expansão de portfólio. Contudo, entendemos que o volume de energia consumido foi abaixo do potencial, trazendo uma janela de oportunidade para os próximos resultados.

Com um cenário atual favorável, em conjunto com o seu pipeline de projetos, e os empreendimentos já anunciados, a companhia segue mostrando a sua capacidade de crescimento orgânico e inorgânico. Desta forma, mantemos nossa recomendação de compra com preço- alvo em R$24/ação para o final de 2022.

Comentário ESG. Em 20 de abril, a EDP Brasil anunciou em parceria com a EDP Renováveis, a confirmação de um novo parque fotovoltaico, Novo Oriente Solar, projeto localizado no estado de São Paulo, que irá contribuir com uma capacidade instalada de 254 MWac. A planta já possui um contrato de venda de energia de 120 Mwac, e este projeto vem para reforçar o Plano Estratégico 2025, voltado para desenvolvimento sustentável, com a meta de atingir até 1 GW em geração solar até lá.

Operacional consolidado. A EDP Brasil reportou uma receita operacional líquida de R$ 3,6 bi, representando uma variação anual de 6%, resultado de (i) reajuste tarifário de 2021 em suas subsidiárias de distribuição, (ii) performance razoável de energia distribuída, (iii) atualização dos ativos de transmissão, (iv) redução de custos, com a venda de estoque das termelétricas e (v) menor custo com compra de energia, em razão de um quadro hídrico mais favorável, que reduziu o preço de energia no curto prazo.

Foi registrado também um aumento de 24% a/a em seus custos operacionais, registrando R$ 386 mm no trimestre. Estes impactos foram maiores nas linhas de custos com (i) pessoal, dada a incorporação da EDP Goiás, (ii) materiais, com o aumento de gastos em equipamentos e (iii) serviços de terceiros, com gastos em combate a perdas e com a manutenção programada de Porto Pecém. Sendo assim, o EBITDA ajustado registrado no ano foi de R$ 944 mm, +53% no a/a, e 13% inferior em relação as nossas projeções. O ajuste exclui a atualização do ativo financeiro indenizável, de R$ 128 mm, e utiliza o EBITDA Regulatório de transmissão, ao invés do Societário, diferença de R$ 53 mm, com efeitos não-recorrentes e não-caixa.

Resultado financeiro e lucro líquido. Dado o aumento dos indexadores aos quais são atreladas as dívidas, no caso CDI, IPCA e TJLP, a companhia reportou um aumento de 206% no resultado financeiro – que totalizou negativos R$ 418 mm. Desta forma, o lucro líquido ajustado reportado pela companhia foi de R$ 333 mm, excluindo os efeitos não-recorrentes e utilizando o resultado regulatório de transmissão, ao invés do societário, o que resulta em uma variação positiva de 45% no a/a, e 16% abaixo de nossas expectativas. Vale lembrar que além destes ajustes, nosso modelo não considera a equivalência patrimonial da Celg Distribuição.

Geração. O volume de geração hídrica reportado no trimestre foi de 1.48 mm de MWh, 0,5% abaixo do volume de 2T21. Apesar disso, com um incremento de 8,6% na tarifa média, a qual fechou em R$ 224,5/ MWh, o aumento no EBITDA de geração foi de 13,1%. Também no segmento de trading, com uma redução de 72% no PLD, a receita de comercialização avançou a/a de 47,7%, somando R$ 708 mm, além de um EBITDA de R$ 55 mm, avanço de 265%.

Transmissão. No trimestre, foram concluídas as energizações dos empreendimentos EDP Transmissão Litoral Sul, e EDP Transmissão SP-MG, que apresentam 142 km e 740 km, respectivamente, e juntas irão contribuir com uma RAP de R$ 299 mm. Desta forma, as suas transmissoras que estavam em operação no trimestre totalizaram uma RAP líquida de R$ 213 mm e um EBITDA de R$ 169 mm.

Distribuição. A EDP Brasil apresentou uma receita líquida no segmento de distribuição no valor de R$ 2,21 bi, 1,5% inferior em relação ao 2T21. Apesar disso, alguns fatores contribuíram positivamente para o aumento do resultado da operação, sendo eles (i) incremento da tarifa média, com os reajustes tarifários de 2021 variando em 18,7% na EDP SP e 15% na EDP ES; (ii) menor parcela de energia comprada para revenda, em conjunto com um menor preço de compra e (iii) menos encargos de uso da rede elétrica, através da expansão da rede, e com a conexão de novos clientes livres. Desta forma, o EBITDA no segmento foi de R$ 592 mm, R$ 302 mm acima do resultado no 2T21.

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