Gerando, transmitindo e distribuindo bons resultados.
Resultado positivo no 1T22. Com uma operação que percorre toda a cadeia produtiva do setor elétrico, desde geração até a distribuição, a companhia apresentou um resultado positivo ao final do primeiro trimestre de 2022, principalmente relacionado ao bom desenvolvimento operacional dos segmentos de geração e de distribuição.
Esperamos que a companhia apresente uma boa performance ao longo dos próximos trimestres, principalmente graças ao cenário hídrico favorável, à expansão da atividade econômica, e as expectativas positivas de crescimento orgânico e inorgânico, que podem beneficiar a sua operação. Sendo assim, mantemos nossa recomendação de compra com preço-alvo em R$24/ação para o final de 2022.
Comentário ESG. A Energias do Brasil divulgou, em conjunto com os seus resultados do 1T22, um relatório de desempenho ESG para o trimestre. Foram registradas métricas como aumento de 27% de geração por fontes renováveis e aumento de 50% de posições ocupadas por mulheres em cargos de liderança. Emissões específicas de CO2 foram reduzidas em 85%. A companhia reforçou os seus investimentos em matérias ambientais, gestão de dejetos e desenvolvimento sustentável, iniciando também um Programa de Energia Circular, que visa aprimorar a sua gestão de materiais, como parte do seu plano de metas ESG 2021-2025.
Operacional consolidado. Foi obtido um breve avanço
em sua receita operacional líquida, que registrou um valor de R$ 3,7 bi, variação de 7,6% no a/a, e 2% abaixo de nossas projeções. Com a melhora no cenário hídrico, a companhia conseguiu obter significativos ganhos de margem em suas operações de geração, em razão da diminuição dos custos de energia no mercado secundário e da redução do despache térmico. A companhia também tem mantido fortes expansões no segmento de transmissão de energia e obteve bom desempenho operacional com o segmento de distribuição, graças à expansão da atividade econômica, que contribui para o aumento do volume de energia distribuído.
Através de uma redução de 4% em seus custos, fundamentada principalmente na redução de gastos com energia comprada para a revenda, a companhia conseguiu apresentar um EBITDA ajustado de R$ 1,1 bi, 31,9% acima de seu resultado no 1T21. Com um aumento de 66% em seu resultado financeiro, principalmente em razão do aumento de juros e variações monetárias, que ao total somaram -R$ 348 mm, a companhia registrou um Lucro Líquido de R$ 522 mm, variação de 5,4% no a/a. O lucro líquido ajustado,
excluindo os lucros de transmissão, o prêmio de risco do GSF e o valor do ativo financeiro indenizável foi de R$ 386 mm, 20,4% superior ao do 1T21.
Geração. O segmento de geração hídrica atingiu forte destaque operacional no trimestre. Mesmo com evolução de 1% em seu volume hídrico, tendo produzido 1,56 mm de MWh, houve uma redução em sua receita líquida, principalmente em razão da redução de tarifa média nas usinas Lajeado e Enerpeixe, além da utilização de uma nova estratégia de sazonalidade. Apesar disso, o segmento apresentou uma variação positiva de 17,5% em sua margem EBITDA, decorrente da redução de custos de energia comprado para revenda, graças à redução do PLD por MWh, como já havíamos antecipado em outros relatórios recentes.
Transmissão. Uma das maiores mudanças nas operações de transmissão da Energias do Brasil foi a aquisição da Celg-T, iniciada em outubro do ano passado. A operação passou a se chamar EDP Transmissão Goiás e acrescentou R$ 27,8 milhões na RAP Líquida do 1T22. Dessa forma, a companhia reportou uma RAP no primeiro trimestre que totaliza R$ 86,1 mm. A RAP homologada final para o ciclo 2021-2022 é de R$ 787,6 mm.
Distribuição. Ao final do 1T22, o segmento de distribuição de energia registrou uma receita líquida de R$ 2,3 bi, variação positiva de 11% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Essa variação decorre principalmente em função do reajuste tarifário ocorrido ao longo de 2021, que proporcionou um efeito médio percebido pelo consumidor final de 12,39% na EDP São Paulo e de 9,75% na EDP ES, em conjunto com o aumento do IPCA no acumulado de 12 meses, alcançando 11,3% entre os períodos e uma variação de 1,3% no volume de energia distribuída, que registrou 7,5 mm de GWh. Essa última reflete a expansão da atividade econômica ocorrida no primeiro trimestre do ano, impulsionada principalmente pelo setor comercial e residencial. Sendo assim, as operações de distribuição consolidaram um EBITDA de R$ 339 mm, alta de 42,2% no a/a, com significativo ganho de margem, que evoluiu de 20,9% no 1T21, para 28,7% no 1T22, em razão de menores custos de energia comprada para revenda pelas duas distribuidoras.