Macroeconomia


Copasa | Resultado 2T22

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Rafael Winalda

Publicado 03/ago

2T22 é neutro para Copasa.

A Copasa apresentou nesta terça-feira (02), os seus resultados referentes ao 2T22, parcialmente neutros. A companhia apresentou variação positiva em sua receita, resultante, principalmente, da melhora do volume médio, porém com um aumento em seus custos, muito em razão de reajustes por conta da inflação, o desempenho operacional-financeiro ficou abaixo do potencial. Entendemos que a empresa pode apresentar melhora significativa ao longo do ano, a depender da gestão de custos.

Mantemos a recomendação Neutra para o papel, com preço alvo para o final de 2022 de R$17/ação, mas reforçamos Copasa (CSMG3) como uma boa opção para uma carteira de dividendos, dado que esperamos o DY próximo a 10%.

Desempenho operacional. Para o resultado do 2T22, a Copasa apresentou um número de 4,6 milhões de ligações de água e 3,1 milhões de ligações de esgoto, sendo variações de 1,2% e 2,1%, respectivamente, a/a. Já em termos de volume médio, foram 270 milhões de metros cúbicos para água, crescimento de 5,5% a/a, e 109 milhões para esgoto, alta de 5,3% contra o 2T21. Estes entendemos que foram os destaques positivos do trimestre.

Receita Líquida. A Copasa reportou no 2T22 uma receita líquida de R$ 1,34 bi, (+2,6% a/a e 5,5% t/t). Essa variação é resultado, principalmente, do incremento em 1,7% no volume medido de água e esgoto pela companhia no período, porém parcialmente compensado pelo efeito tarifário médio negativo de 1,52%, praticado desde 08/2021. É valido ainda destacar que o reajuste tarifário deste ano, previsto para agosto de 2022, foi postergado pela agência regulatória, Arsae – MG, com data ainda a definir.

Elevação de custos. Custos e despesas totais alcançaram valor de R$ 1,0 bi, (+4,8% a/a e -0,0% t/t). O aumento no período foi impactado em sua maior parte pela variação de 30,5% a/a em gastos com serviços de terceiros, em razão da contratação de novos serviços de equipamentos de manutenção, e +19,3% a/a em gastos com materiais, resultado da expansão de suas redes de abastecimento. Além disso, houve uma expansão de 24,5% nos gastos da PPP do Rio Manso, dado alguns reajustes contratuais.

EBITDA e resultado. Desta forma, o EBITDA alcançado foi de R$ 492 mm, (+0,0% a/a, e +11% t/t), com variação de -1,1 p.p. a/a em sua margem, que alcançou 35,6%. O seu resultado financeiro ficou negativo em R$ 80 mm, contra R$ 3 mm do 2T21, onde o aumento é justificado, principalmente, pela evolução de seu endividamento bruto, em conjunto com a elevação das variações monetárias. Sendo assim, a Copasa reportou um lucro líquido de R$ 180 mm (-23,9% a/a, e +7% t/t). Mas normalizando o resultado financeiro, removendo as variações monetárias não-caixa, o lucro líquido passou de R$ 210 mm no 2T21 para R$ 224 mm no 2T22, evolução de 7%.

Endividamento. O seu endividamento bruto reportado no período foi de R$ 3,82 bi (+8% a/a), principalmente em razão de sua 16ª Emissão de Debêntures, em setembro de 2021. O que leva a uma variação de +14% a/a em seu endividamento líquido do período. Com a manutenção de seu resultado operacional, desta forma foi registrada então uma deterioração de sua relação dívida líquida/EBITDA, saindo de 1,3x no 2T21 para 2,0x no 2T22. Ao final do 2T22, aproximadamente 39,5% de sua dívida líquida estava indexada ao CDI, enquanto 25,7% estavam em IPCA e 4,7% em moeda estrangeira.


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