Macroeconomia


Copasa: Resultado 1T22

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Rafael Winalda

Publicado 17/mai5 min de leitura

Desempenho operacional abaixo da expectativa por pressão de custos

A Copasa apresentou resultado aquém do esperado no 1T22. A Companhia segue praticando um robusto programa de investimentos, realizando expansões de suas redes de abastecimento de água e tratamento de esgoto. Entretanto, apesar de resultarem em maior população atendida, houve novamente queda no volume faturado médio, penalizando o desempenho operacional. Sendo assim, optamos por manter a recomendação Neutra para o papel, com preço alvo para o final de 2022 de R$17/ação, mas reforçamos Copasa (CSMG3) como uma boa opção para uma carteira de dividendos, dado que esperamos o DY próximo a 10%.

Desempenho Operacional. Ao final do 1T22, a Copasa reportou um número consolidado de 4,6 milhões de ligações de água, e 5,5 milhões de economias, ambas variações de 1,2% em relação ao 1T21. A sua rede de abastecimento apresentou uma expansão de 4,4%, totalizando 64 mil km, porém mesmo assim seguiu sem registrar avanços em seu volume médio de água distribuído, que ficou em 260 milhões de m3, aumento de 0,1%. Já em relação a coleta de esgoto, os números apresentados foram de 3,0 milhões de ligações e 3,9 milhões de economias, variações de 2,2% a/a e 3,2% a/a, respectivamente. A rede de tratamento segue em robusta expansão, totalizando 32 mil km, aumento de 7,1% em comparação ao 1T21. Porém houve redução tanto no volume medido, quanto no tratado, que somaram 105 milhões de m3 e 80 milhões de m3, quedas respectivas de 1,5% a/a e 8,2% a/a.

Receita. A receita líquida da companhia de água, esgoto e resíduos sólidos no encerramento do 1T22 foi de R$ 1,27 bi, variação negativa de -1,0% contra o 1T21. O maior peso dessa retração está atrelado a queda na operação de distribuição de água e tratamento de esgotos, relacionada aos volumes médios faturados por economia. A companhia também justificou a queda através da aplicação da uma nova tarifa, decorrente do resultado da 2a Revisão Tarifária, menor em 1,52%.

Elevação de custos. Os custos totais seguem apresentando significativo avanço, totalizando R$ 1,0 bi, variação de 12,3% a/a. Os principais avanços estão relacionados: (i) ao repasse da revisão tarifária para municípios atendidos; (ii) aumento com materiais e serviços de terceiros, devido as expansões das redes de abastecimento e; (iii) ajuste inflacionário sobre os insumos necessários para as atividades da companhia.

Desempenho operacional. Com isso, o EBITDA apresentado pela Copasa ao final do 1T22 foi de R$ 445 mm, redução de 14,4% em comparação com o 1T21. A margem também apresentou uma retração de 5,7 p.p. As receitas financeiras no período aumentaram em 148,6% a/a, totalizando R$ 92 mm, devido a variações cambiais e taxa de juros ascendente, que contribuíram para uma redução no resultado financeiro de 53,2%, contra o 1T21, encerrando em -R$ 22 mm. Mesmo assim, em função do desempenho operacional negativo, a companhia apresentou uma redução anual de 23,8% em seu lucro líquido, totalizando R$ 168 mm.

Endividamento. O endividamento bruto ao final do período totalizou R$ 3,7 bi, enquanto a dívida líquida totalizava aproximadamente R$ 3 bi, 8% acima dos R$ 2,72 bi registrados em março de 2021. Dada a redução de resultado operacional da companhia, atualmente o indicador de dívida líquida / EBITDA se encontra em 2,0x, ao passo que no final do 1T21 era de 1,4x. Atualmente, 39% da dívida líquida da companhia está alocada em CDI, além de outros 25% em IPCA e 5% em moeda estrangeira, para o qual não existem mecanismos de hedge contratados.


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