Macroeconomia


Bom dia, Inter! – 29/05/24

Daniel_Arruda

Daniel Arruda

Publicado 29/mai

*Juros mais altos por mais tempo*

Mais uma vez, a sinalização de que a inflação nos Estados Unidos preocupa fez com que a curva de juros se elevasse e, com isso, a aversão ao risco global. Mercados recuam esta manhã, em sua maioria, enquanto investidores se posicionam para um cenário de maiores preços e juros à frente. No Brasil, a bolsa caiu, mas Petrobras ajudou na ponta positiva, após fala de Chambriard sobre lucros da companhia.

*Estados Unidos:*
Nasdaq bateu a marca dos 17 mil pontos ontem pela primeira vez, impulsionado pela alta de quase 7% dos papéis da Nvidia, e o S&P 500 também encerrou em alta, apesar do avanço dos juros das Treasuries. Dentre os fatores que movimentaram o mercado, a confiança do consumidor veio melhor que o esperado, com otimismo sobre o mercado de trabalho, apesar da preocupação com inflação e juros mais altos por um período maior de tempo. Na ponta negativa, vimos menor apetite pelos papeis do governo no leilão de ontem, ao mesmo tempo que mercado recebeu mal a mensagem de membros do FED sobre necessidade de mais sinais de que inflação esteja convergindo à meta. Hoje, futuros recuam, enquanto mercado aguarda dados de mercado de trabalho, falas de mais membros do FED e PCE na sexta.

*Mundo:*
A mudança de humor gerada pelo avanço dos juros das Treasuries norte-americanas e a valorização do dólar perante outras moedas afetou os mercados asiáticos e as bolsas por lá fecharam majoritariamente em queda. Na China, o FMI revisou para cima a projeção do PIB para este ano de 4,6% para 5%, refletindo as recentes medidas de estímulos do governo chinês. Na Europa, as bolsas hoje estão também em queda, seguindo a piora no humor global. Os setores mais sensíveis aos juros são os que mais recuam; no entanto, mercado segue apostando em um corte nos juros pelo BCE em breve, considerando os dados de inflação recentes que mostram os preços mais comportados e mantendo a tendência de desaceleração.

*Brasil:*
Em uma sessão volátil, o Ibovespa encerrou em queda de 0,58% ontem, apesar de ter iniciado o dia em campo positivo, mas acabou sendo influenciado pela maior aversão ao risco global, além de ter sido impactada pelo recuo de mais de 2% da Vale, em reflexo à queda do minério de ferro. Na ponta positiva, os papéis da Petrobras seguraram a barra e avançaram, seguindo os maiores preços do petróleo, mas também fala mais pró-mercado da nova presidente da companhia, Magda Chambriard, que ressaltou a necessidade da empresa de gerar lucro. No campo político, Congresso derruba vetos do presidente Lula, como a “saidinha”, por exemplo. Câmara aprovou o PL que cria o Mover, programa de Mobilidade Verde, e também acabou com a isenção de impostos sobre produtos até US$ 50.

*Abertura:*
Na abertura, o índice DXY está em leve alta nesta manhã, com dólar ganhando força perante outras moedas, conforme o cenário de juros ainda elevados fica mais evidente Futuros em Wall Street recuam e juros das Treasuries avançam. Petróleo avança e Bitcoin recua.

*O que esperar?*
O menor apetite ao risco nos mercados globais deve pesar nos ativos locais, com investidores também monitorando os bastidores políticos, com pautas como reforma tributária no radar. O petróleo em alta pode ajudar os papéis das empresas no setor e limitar pressão no índice.


Compartilhe essa notícia

Receba nossas análises por e-mail