Expansão de portfólio, de margens e de resultado.
A Alupar divulgou, nesta terça-feira (10), os seus resultados do primeiro trimestre, apresentando um desempenho positivo. A empresa reportou uma variação de 26,7% em sua receita líquida, que foi de R$ 563 mm no 1T21, para R$ 713 mm, ao final do 1T22. Essa receita veio 5% acima de nossas estimativas. Grande parte deste avanço veio em razão da entrada em operação comercial de três novas transmissoras: TCC, ESTE e TSM. A companhia também reportou uma redução em gastos com compras de energia, que levaram a uma variação positiva no EBITDA de 34,9%, totalizando um montante de R$ 622 mm, 9% acima de nossas expectativas, em conjunto com uma melhora de 5,1 p.p. em sua margem. Mesmo com expansão breve de seus custos e despesas, dada a entrada de novos ativos em seu portfólio, o seu desempenho operacional favorável permitiu com que fosse registrado um resultado líquido regulatório no valor de R$ 167 mm, 144% acima de seu resultado no 1T21. Vemos com bons olhos o planejamento de expansão da companhia, através de investimentos e aquisições de novas transmissoras, em equilíbrio com uma boa gestão de custos resultantes em ganhos de margem.
Em relação ao preço do ativo, entendemos que existe espaço para upside e reiteramos nossa recomendação de Compra para ALUP11, com preço alvo para o final de 2022 de R$ 30/unit.
Receita. A Alupar apresentou, ao final do primeiro trimestre, uma receita líquida regulatória de R$ 713,7 mm, que representa uma variação positiva a/a de 26,7%. Desta receita, R$ 546,3 mm são oriundos do segmento de transmissão, crescimento de 37,6% contra o mesmo período do ano anterior. Esta conta veio 5% acima de nossas expectativas, projetadas em R$ 682 mm. Tal variação positiva no segmento foi consequência da entrada em operação comercial, dentro dos últimos 12 meses, das transmissoras ESTE, TSM, TCC, em conjunto com o reajuste de 8,06% das RAPs ligadas ao IPCA e 37,06% dos empreendimentos ligados ao IGP-M.
Geração. O segmento de Geração da Alupar apresentou uma receita líquida de R$ 160,5 mm, redução de 3,2% frente ao 1T21. Entre as principais variações, foi evidenciada a entrada da UHE La Virgen, no Peru, acrescentando R$ 18,3 mm na receita, em contraste com as reduções de R$ 14 mm na PCH Verde 8, e R$ 5 mm na UHE Ferreira Gomes. Já o custo do serviço teve uma redução de 3,2% contra o 1T21, somando um valor de R$ 75,8, em razão principalmente da diminuição de R$ 18,2 mm em compra de energia, dado os menores preços em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, em contrapartida com o aumento em serviços prestados e em depreciação e amortização referente aos novos ativos. Outras despesas operacionais totalizaram R$ 8,4 mm, ante a -R$ 4,6 mm do 1T21, principalmente devido ao ressarcimento pela seguradora, referente ao sinistro ocorrido em La Virgen, no valor de R$ 16,8 mm.
Transmissão. A receita operacional evoluiu em R$ 149,3 mm na comparação anual, dada a entrada dos novos ativos mencionados anteriormente, o que levou a uma variação também positiva de 42% a/a em seus custos em virtude do maior custo do serviço prestado. Os novos ativos ainda contribuíram para um aumento de R$ 23,6 mm em depreciação e amortização, totalizando R$ 67,5 mm.
Operacional. O EBITDA reportado pela companhia foi de R$ 622,2 mm, 34,9% acima do apresentado no ano anterior, e 9% acima de nossas projeções, além da expansão de 5,3 p.p. na margem EBITDA, que registrou 87,2% ao final do período. Tanto a variação positiva quanto o ganho de margem podem ser explicados principalmente, além da variação no faturamento, pela expansão do número de ativos do segmento de transmissão, seguido de um menor aumento nos custos, diminuição no valor consolidado de compra de energia, e do ressarcimento da seguradora, pelo sinistro em La Virgen. Por sua vez, foi reportado um lucro líquido de R$ 167 mm, 144,2% acima do resultado do primeiro trimestre, e
17% abaixo de nossas expectativas.
Resultado Financeiro e Endividamento. O resultado financeiro apresentado pela companhia foi de -R$ 225,3 mm, variação a/a de 7% em comparação com o montante de -R$ 210 mm no período anterior. Foi contabilizada um aumento de R$ 39 mm em receitas financeiras, relacionado principalmente a aplicações financeiras em decorrência do aumento do CDI no período, em contraste com um uma variação de R$ 54 mm nas despesas financeiras, dadas as operações comerciais das novas transmissoras que entraram para o portfólio da companhia, em conjunto com a nova emissão de debêntures da UHE Foz do Rio Claro, e a alta do CDI, aumentando o custo da dívida. O endividamento líquido da Alupar indicou uma variação anual de 9,7%, registrando R$ 7,8 bi, sendo que destes, aproximadamente 9,5% são classificados como dívida de curto prazo, e 78% correspondem a emissões de debêntures. Desta forma, a companhia apresentou, ao final do trimestre, um indicador de dívida líquida/EBITDA no valor de 1,7x, ante a 1,6x do 1T21.