
Faça seu dinheiro trabalhar por você
Já começando com a frase de impacto que é para prender a sua atenção.
E eu sei que prende mesmo, por que, afinal, quem não quer usar seu próprio dinheiro para fazer mais dinheiro? Fazer dinheiro enquanto dorme.
Olha aí mais uma frase legal!
Na verdade, existe sim algumas maneiras de fazer bom uso do seu dinheiro e essa maneira é investindo.
E dentre as maneiras de se investir, porque elas variam também, hoje eu vou falar da minha favorita: RENDA PASSIVA!

Falando especificamente de mercado financeiro, conseguimos montar um portfólio focado em renda passiva por meio de ações, bonds e REITs, por exemplo.
A ideia é investir em papéis que paguem proventos ao longo do tempo. Assim, você deixa o dinheiro investido e vai recebendo uma renda trimestral, semestral ou anual, conforme o tipo escolhido.
O lado bom e ruim da renda passiva
Importante atentar que investir em renda passiva é uma troca. Se eu opto por uma estratégia de dividendos, eu preciso estar consciente de que talvez o capital investido não vá valorizar tanto assim. Meu retorno virá muito mais pelos proventos recebidos do que pela valorização dos ativos.
Com relação aos bonds, quando investimos nestes tipos de ativos, estamos escolhendo emprestar dinheiro para o governo ou para uma empresa, em troca de uma remuneração futura. Seja ela via pagamento de cupons semestrais ou via pagamento tudo de uma vez corrigido no dia do vencimento.
O valor destes títulos vai variar de acordo com a demanda por eles, mas também de acordo com o cenário macroeconômico, principalmente pelas taxas de juros e inflação.
Quando pensamos em uma estratégia de dividendos ou proventos, o foco é na remuneração que este investimento vai nos dar e não necessariamente na valorização do ativo.
A mesma coisa para as ações. Se estamos buscando empresas que pagam dividendos, significa que estamos buscando por empresas consolidadas no mercado, já com uma presença forte, boas margens e que não devem mais crescer tanto. Por isso, boa parte da sua geração de caixa será redirecionada aos seus acionistas. Mas, fazendo isso, ela cresce menos e, logo, o valor de suas ações tende a ser mais estável também.
Isto esclarecido, como podemos montar uma carteira e aumentar nossa renda?
Primeiramente, temos que definir nossa alocação. Como falei, estes ativos tendem a ser mais estáveis, ou seja, menos voláteis, mas ainda assim estão sujeitos às oscilações do mercado e à influência das variáveis político-econômicas.
Podemos seguir a linha do portfólio 60/40, ou seja, 60% em ações e 40% em renda fixa.
Vamos começar então pela alocação em ações.
Aqui o ideal é buscar empresas grandes, consolidadas e que historicamente distribuem dividendos para seus acionistas. Estas empresas acabam concentradas em alguns setores. São eles:

Também podemos considerar o setor imobiliário. Por meio dos REITs, um investidor consegue ter um bom fluxo de proventos, já que estes são obrigados a distribuir 90% do seu lucro tributável aos acionistas.
No mercado de bonds, os maiores emissores são geralmente empresas do setor financeiro, da indústria, comunicação e energia. Estas empresas emitem bonds para financiar algum projeto de expansão, alguma aquisição, ou mesmo refinanciar sua dívida. Bons emissores geralmente conseguem ofertar sua dívida com taxas menores, mas a garantia de pagamento também é maior. Se o yield, ou a taxa, for mais alto que o comumente negociado no mercado, o risco também acaba sendo maior.
Como usar melhor o Dividend Yield?
Uma das métricas utilizadas pelos investidores na hora de montar uma carteira de dividendos é o chamado DIVIDEND YIELD! Este indicador mostra quanto de dividendo foi pago com relação ao valor da ação. Quanto mais alto, melhor, certo?! Certo! Mas este indicador pode ter falhas.
Apesar de amplamente utilizado, não deve ser o principal direcionador na hora de tomar uma decisão. E eu vou explicar por quê.
O dividend yield mostra um dado passado, mas não necessariamente o que aconteceu lá atrás se repetirá no futuro.
Ou seja, uma empresa pode ter feito um pagamento esporádico de dividendos por uma razão qualquer e fez com que seu dividend yield aumentasse, mas não significa que isto acontecerá novamente no futuro.
Outro ponto de atenção: por ser um indicador que usa o preço da ação como referência, se o preço do papel cai muito, o dividend yield acaba subindo, dando a falsa impressão de que a empresa vem pagando altos dividendos.
Mas também não vou crucificar o coitado do indicador.
Ele pode servir como um bom norte para prepararmos uma lista de potenciais candidatas. Se o dividend yield permaneceu constante ao longo dos anos, significa que a empresa mantém uma política constante de dividendos.
Estes dados podem ser confirmados também por uma outra métrica, o payout.
De qualquer maneira, tanto para ações quanto para bonds, o importante é entender como está o ambiente de negócio no qual aquela empresa atua. Algumas perguntas podem ajudar:

Enfim, é preciso entender um pouco do que esperar para a empresa. Desta maneira, saberemos se ela continuará gerando caixa suficiente seja para pagar seus credores (no caso daqueles que optaram por comprar os bonds) seja para remunerar seus acionistas.
Feito o dever de casa, podemos seguir com a escolha destes ativos. A periodicidade dos pagamentos vai variar, e o mais comum são pagamentos trimestrais (no caso das ações) ou semestrais (no caso dos bonds).