Solana (SOL)
A Solana surgiu em 2020 com a proposta de ser uma blockchain voltada para velocidade e baixo custo. Enquanto a Ethereum ganhou destaque como o “computador mundial”, a Solana se posicionou como uma espécie de “rodovia expressa”, capaz de processar milhares de transações apresentando taxas muito baixas. Essa combinação a tornou atraente para aplicações que exigem agilidade, como pagamentos do dia a dia, jogos e trading de memecoins.
Semelhante a Ethereum e qualquer outra blockchain de primeira camada, a Solana cobra uma taxa em SOL (seu token nativo) sempre que alguém utiliza sua blockchain. Seja para enviar uma transferência, comprar um item em um jogo ou negociar memecoins, há uma cobrança mínima. Parte dessa taxa vai para os validadores2 , que mantêm a rede funcionando, e outra parte é queimada, o que reduz a quantidade total de tokens em circulação.
A arquitetura da Solana possibilita que as transações sejam organizadas de forma mais eficiente, reduzindo a necessidade de comunicação constante entre os validadores da rede. Somado a isso, a Solana consegue executar transações paralelamente, ampliando sua capacidade de processamento. Essa arquitetura trouxe grande interesse de desenvolvedores e empresas que buscam aplicativos personalizados e soluções escaláveis.
Em seu início a Solana enfrentou desafios. Já ocorreram interrupções e períodos de congestionamento na blockchain, tornando bilhões de dólares incapazes de serem movimentados até a rede se “reconectar” novamente, o que levantou dúvidas sobre sua resiliência. Com o passar dos anos, a equipe e comunidade da Solana evoluiu implementando diversas melhorias técnicas e aplicativos atrativos que retomaram a confiança do investidor na blockchain, mantendo um nível de atividade robusto e sem interrupções, demostrando sinais de maturidade. Após superar os principais desafios, a Solana se estabeleceu como um “cassino on-chain” para negociação de memecoins. Uma grande validação disso foi o lançamento do token $TRUMP, em comemoração a vitória do presidente Donald Trump, nas eleições de 2024. Durante esse lançamento, a rede foi muito demandada e ultrapassou quase todos os recordes em suas métricas, possuindo um fluxo exorbitante de utilização sem apresentar interrupções, o que também validou a eficiência das melhorias técnicas realizadas.
Apesar da Solana ser uma blockchain mais direcionada ao público varejo, sua capacidade de eficiência vem chamando atenção de investidores institucionais, a posicionando em narrativas empresariais ligadas a métodos de pagamento e tokenização3 de ativos. Além disso, a Solana é uma das blockchains que mais consegue repassar o valor da atividade que acontece em sua rede, para os aplicativos criados em seu ecossistema. Esse é um diferencial atrativo, pois tende a atrair mais desenvolvedores para construção de novos produtos.
Na distribuição inicial do token SOL, em 2020, a maior parte ficou com investidores e equipe, enquanto apenas cerca de 1,6% foi aberta ao público em leilão. Isso gerou críticas pela alta concentração em fundos e investidores privados, levantando questionamentos sobre descentralização da Solana nos primeiros anos. O token SOL é o centro do funcionamento da Solana. Ele tem duas funções principais:
1. Pagamento de taxas: todo uso da rede exige pagamento em SOL.
2. Staking: os detentores de SOL podem “travar” seus tokens em validadores para proteger a blockchain e, em troca, recebem recompensas em emissões de SOL.
O token SOL não possui um limite máximo de emissão. A inflação começou em cerca de 8% ao ano, mas deve cair progressivamente até se estabilizar em torno de 1,5% ao ano. Atualmente, cerca de 541M de tokens SOL estão em circulação de aproximadamente 610M já emitidos, correspondendo a uma inflação atual de 4.7% ao ano.
Um dos principais risco envolvendo blockchain e principalmente a Solana, que já sofreu com isso em seu passado é o risco tecnológico. Embora as interrupções tenham cessado, a estabilidade a longo prazo da rede continua sendo um ponto de atenção. Apesar de que novas atualizações técnicas estão previstas para continuar melhorando a eficiência da blockchain. Também não podemos descartar a concorrência: blockchains como, BNB Chain, Sui, Aptos, Monad e outras disputam espaço, oferecendo soluções alternativas que também focam em eficiência podem reduzir a relevância da Solana. A Ethereum também entra na briga, mas é um caso a parte envolvendo a demanda por institucionais. Teremos sinalizações mais claras da disputa entre SOL x ETH, conforme o lançamento dos ETFs à vista de Solana.
Atualmente, a Solana é fortemente impulsionada pela negociação de memecoins. Quando mercado está eufórico (subindo) a correlação é positiva devido à alta demanda por especulação, mas quando a atividade do mercado diminui, menos os investidores estão propensos a negociar memecoins, resultando em baixa demanda e, consequentemente, reduzindo fortemente as métricas da Solana. Será importante para Solana evoluir e emplacar em novas narrativas, para não ser dependente exclusivamente do aquecimento do mercado, especialmente o setor de memecoins.
Mesmo tendo um início conturbado, a Solana se consolidou como uma das principais blockchains do mercado cripto, juntamente com Bitcoin e Ethereum, se tornando uma alocação essencial para compor qualquer portfólio cripto. Sua proposta de ser uma blockchain acessível para pagamentos e aplicações eficientes a coloca em destaque entre os investidores e desenvolvedores.
Ainda assim, o futuro da Solana depende da capacidade de manter a blockchain estável e segura, ao mesmo tempo, em que enfrenta forte concorrência. O investimento em Solana representa a crença em inovação e em uso massificado de criptomoedas no dia a dia, portanto há um risco mais elevado, comparado ao investimento em ETH e BTC, porém, no qual vem acompanhado de uma maior assimetria. De todo modo, exige atenção constante aos riscos tecnológicos e posicionamento dessa criptomoeda no mercado.