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Inter Strategy

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Gabriela Joubert

Publicado 07/out2 min de leitura

Assunto da semana: Alocação Estratégica

Olá! Eu sou a Gabriela Joubert, estrategista-chefe aqui no Inter, e este é o nosso Inter Strategy, uma newsletter semanal para falarmos de investimentos.

O pontapé inicial. Minha intenção aqui é desmistificar algumas verdades absolutas, falar sobre planejamento financeiro, às vezes sobre cenário macroeconômico e seus efeitos sobre as principais classes de ativos, outras vezes sobre alguma tendência que estamos acompanhando com um olhar mais atencioso, enfim, tudo que acharmos de relevante para a tomada de decisão sobre seus investimentos.

E para iniciar os trabalhos, escolhi para esta News abordar o tema Alocação Estratégica, afinal, me foi dado o desafio de ser a guardiã do asset allocation, ou alocação de ativos, dos nossos clientes. Mas, afinal de contas, o que significa investir por meio de uma estratégia de alocação de ativos?

Antes de mais nada, precisamos lembrar que toda estratégia de investimentos de sucesso deve prezar pelo balanço correto entre risco e retorno e isso é possível por meio de uma diversificação também correta do seu portfólio.

Já conhece o Market Strategy? Tome decisões mais bem informado com o nosso relatório de estratégia de investimentos.

Com isso partimos para a primeira definição: a alocação de ativos permite, por meio da diversificação, diminuir os riscos do seu portfólio e potencializar os ganhos dos seus investimentos. O intuito é que uma alocação devidamente diversificada entregue menos oscilação, menos risco e ao mesmo tempo maior retorno dos seus recursos investidos. Ok, ok! Falamos aqui de três conceitos superimportantes para os investimentos: Diversificação, Oscilação e Risco.

Vamos falar sobre a tal diversificação?

Então vamos a algumas definições:

  1. No dicionário: mudança, alteração que torna algo variado e diferente
  2. Na vida: o famoso “não bote todos os ovos em uma única cesta”.
  3. No mundo financeiro: gerir riscos!

Quando a gente fala de diversificação de investimentos, isso nada mais é do que gerir os riscos que podem impactar a sua carteira, de maneira que você possa minimizar os efeitos negativos e aumentar a possibilidade de retornos maiores. A diversificação permite espalhar o risco em diferentes investimentos, diminuindo a probabilidade de uma perda expressiva nas suas economias.

Agora que diversificação ficou mais clara, vamos falar sobre risco? O que, afinal, é risco? Esses dias eu estava ouvindo um podcast do Howard Marks sobre riscos e ele trouxe uma definição interessante: risco significa que mais eventos podem acontecer do que realmente acontecerão. Em outras palavras, “mesmo sabendo que várias coisas podem acontecer, apenas uma realmente se concretizará”.

Então, se o risco é a probabilidade de várias coisas diferentes acontecerem e como ainda não temos bola de cristal, medir o risco se torna algo praticamente impossível. O risco é um fator escondido e Warren Buffet exemplifica isso muito bem quando diz: só quando a maré abaixa (ou seja, o risco aparece) é que sabemos quem estava nadando sem roupas. Entendido! O risco não pode ser quantificado. Mas ele pode ser medido? Essa é outra falácia que vamos desmistificar hoje.

A volatilidade como medição de risco. Uma maneira que o mercado usa para tentar medir o risco é pela volatilidade de um determinado ativo. Isso significa que quanto mais volátil um ativo, mais arriscado ele é. Mas, na verdade, a volatilidade indica a presença do risco, mas não o risco em si. Quanto maior a volatilidade em um ativo, maiores as incertezas quanto aos diferentes cenários que se vê à frente.

No mundo financeiro, diversificar significa GERIR RISCOS. Sabendo que o risco é impossível de ser mensurado, quão preparados estamos para lidar com uma situação diferente do que esperávamos? É aqui que entra a alocação estratégia!

Como montar sua estratégia de alocação de ativos?

A alocação estratégica de ativos visa o longo prazo e, por isso, geralmente exige menos acompanhamento do mercado e permite que o investidor fuja dos vieses comportamentais (assunto para uma próxima newsletter, prometo!).

Na alocação estratégica, você investe em diferentes tipos de ativos que possuam alguma correlação entre si e entre o mercado (ou seja, quando o movimento de um ativo tem relação com o movimento de outro ativo). Com isso, você dilui o impacto de movimentações abruptas que algum evento possa ter em alguma classe de ativo específica na sua carteira.

Com a alocação estratégica, você define o percentual dos investimentos que serão alocados para as diferentes classes de ativos (ações, renda fixa, FIIs, investimentos internacionais), de acordo com seu perfil de investidor e seus objetivos financeiros. Aqui você pode pensar na alocação como uma pizza dividida, mas sem recheio.

Aqui no Inter, nós divulgamos todo primeiro dia útil de cada mês o nosso relatório Market Strategy, com os percentuais de classes de ativos para cada um dos perfis existentes: conservador, moderado e arrojado.

Uma vez definido seu objetivo e os percentuais para serem alocados a cada classe de ativos, precisamos definir os produtos que serão colocados para representar cada uma dessas classes (se a alocação é a pizza, a escolha dos produtos pode ser vista como os ingredientes que serão colocados nessa pizza). Por exemplo, na parte de renda fixa, podemos diversificar escolhendo um título do tesouro direto, mas também uma debênture. Ou então, em renda variável, comprarmos diretamente ações de uma empresa, ou investir em um fundo de ações.

Outro ponto tão importante quanto escolher os percentuais e ativos é definir a periodicidade e o montante a ser investido. Consistência é a palavra-chave. Ter um valor ou percentual definido do seu salário, por exemplo, para ser investido mensalmente fará com que você chegue mais rápido ao seu objetivo. É como fazer exercício frequentemente. Um pouco por vez, você vai chegar lá.

O último passo é o rebalanceamento e reavaliação do portfólio. De tempos em tempos, é importante fazer uma reavaliação dos nossos investimentos: nossa estratégia ainda está condizente com nosso objetivo? Minha alocação atual está alinhada com a alocação ideal?

Claro que investir desta maneira não tem grandes emoções, demora, leva tempo. Sendo 100% sincera, é chato! Mas a verdade é que investir leva tempo mesmo, exige paciência, resiliência, consistência e muita disciplina. Grandes investidores levaram anos para construir suas fortunas. O importante é dar o primeiro passo, e para os demais, conte com a gente.

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