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Carteira Recomendada | FIIs | Janeiro

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Gustavo Caetano

Publicado 02/jan

Modo cautela

Digerindo a composição do novo governo e orçamento de 2023, o mercado segue com visão cautelosa. Diante de um cenário indefinido no aspecto fiscal, o segmento de FIIsdeve seguir volátil. No mês de dezembro, o IFIX manteve-se estável, fechando o ano com rentabilidade de 2,2%. Apesar da forte correção registrada no final do ano, os fundos de tijolo ainda registraram variação positiva de 3,0% em 2022. Impactada pela deflação do terceiro trimestre, os fundos de papel encerraram 2022 com desempenho de 2,3% no ano.Apesar da melhora operacional observada nos ativos de tijolo, com destaque para os reajustes graduais dos aluguéis frente à inflação, reiteramos que os riscos fiscais em 2023 podem frear o início do ciclo de queda da Selic, o que compromete a precificação dos papéis ligados a ativos reais. Sem expectativa de deflação no ano seguinte, mantemos preferência por ativos com carteira de recebíveis indexados à inflação e ao pós-fixado, bem como com perfil de risco high grade. Embora ainda enxerguemos um excessivo desconto no preço de tela dos fundos de tijolo, com expectativa de convergência do seu desempenho ao IMA-B, entendemos que o cenário para 2023 se tornou mais desafiador. Com a elevação do prêmio de risco e cenário inflacionário incerto, ativos com indexação direta à inflação seguem como importante instrumento de hedge contra a inflação e, diante de um cenário de prolongamento da Selic em níveis restritivos, o CDI desempenha outro importante papel de rentabilidade.

Para o mês de janeiro, optamos pela manutenção da nossa carteira recomendada. Devido às incertezas fiscais para o próximo ano, que elevaram a curva de juros futura e trouxe riscos inflacionários, o aumento de exposição ao segmento de papel permanece adequada, uma vez que os fundos de recebíveis seguem com eficiente indexação à inflação. Diante de uma potencial continuidade da Selic em níveis contracionistas, o pós-fixado desempenha outro importante papel em termos de rentabilidade. Ainda que não apresentem potencial upside, os fundos de papel seguem estrategicamente importantes em termos de resiliência. Em função do momento de desaceleração global e eventuais riscos de calda, continuamos com nossa sobre-exposição em perfil de crédito high grade, elevado colateral e maior equilíbrio da carteira em termos de indexadores. Com a atual volatilidade do mercado de capitais, o desconto existente nos fundos de tijolo traz grandes oportunidades em termos de ganhos de capital no longo prazo. No curto prazo, porém, adotamos um tom mais cauteloso para a classe de ativos, priorizando veículos com bons fundamentos e segmentos momentaneamente mais sólidos em termos operacionais. O mesmo argumento vale para a tese dos FoFs, que seguem com maior exposição aos segmento de tijolo.


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