Carteiras


Carteira Recomendada | FIIs | Fevereiro

image001

Gustavo Caetano

Publicado 01/fev

Novo governo, velhos desafios

/ Enquanto o exterior segue em tom positivo, com maior otimismo com o soft-landing do Fede sinais de desaceleração da inflação nos principais mercados globais, o cenário doméstico segue sob elevada volatilidade, ainda com incertezas no plano fiscal que, por sua vez, deve ditar as expectativas de inflação e trajetória da Selic para 2023. Ao longo do último mês, a curva nominal de juros futura registrou nova abertura nos vértices, elevando mais uma vez o prêmio de risco e a inflação implícita.

/ Diante dos desafios existentes no ambiente macroeconômico, o segmento de FIIs seguiu em trajetória negativa. Com riscos de deterioração do risco fiscal e disparada dos juros futuros, esperamos que os FIIs mantenham elevado nível de volatilidade, em especial os de tijolo, relativamente mais sensíveis à alta de juros e inflação. Por outro lado, os fundos ligados a ativos reais vem sendo negociado a múltiplos bastante atrativos.

/ Apesar da melhora operacional observada nestes fundos, o que refletiu diretamente na evolução do yield, a queda acentuada registrada pelos fundos de tijolo nos últimos meses devolveu parte relevante dos ganhos obtido pelo segmento no ano de 2022, aumentando novamente sua defasagem em relação ao IMA-B e o desconto frente ao valor patrimonial. Com risco inflacionários e extensão do ciclo monetário contracionista, mantemos preferência por ativos com carteira de recebíveis indexados à inflação e ao CDI, bem como com perfil de risco high grade e colateral elevado para mitigação do risco de crédito.

/ Para o mês de fevereiro, mantemos nossa carteira recomendada inalterada. Com a manutenção das incertezas fiscais para 2023, que abrem a curva de juros futura e eleva os riscos inflacionários, o aumento de exposição ao segmento de papel continua estrategicamente importante, uma vez que os fundos de recebíveis seguem com eficiente indexação à inflação e juros. Diante de uma potencial continuidade da Selic no atual patamar, o pós fixado desempenha outro importante papel em termos de rentabilidade e, apesar do pequeno potencial upside, os fundos de papel seguem estrategicamente importantes em termos de resiliência. Em função do momento de desaceleração global e eventuais riscos de calda, continuamos com nossa sobre-exposição em perfil de crédito high grade, elevado colateral e maior equilíbrio da carteira em termos de indexadores. Em meio à volatilidade registrada no segmento de tijolo, os fundos ligados a essa categoria são negociados a múltiplos bastante atrativos, o que eleva as oportunidades de ganhos de capital no longo prazo. No curto prazo, adotamos um tom mais cauteloso para essa classe, priorizando veículos com bons fundamentos e segmentos com maior solidez operacional. A tese é equivalente para o segmento de FoFs, atualmente com maior exposição à classe de tijolo.


Compartilhe essa notícia

Receba nossas análises por e-mail