Inter Recomendações - BDRs
Novembro foi marcado pela volatilidade nos mercados internacionais diante de notícias advindas da China quanto ao andamento do processo de flexibilização da política covid-zero que vem afetando a economia local, bem como indicadores de atividades e falas de dirigentes do FED, que ora traziam uma visão mais restritiva, ora mais frouxa, dos próximos passos da autoridade monetária da maior economia do mundo.
Protestos no gigante asiático aceleraram o processo de flexibilização das restrições e o governo informou que deverá anunciar um rol de medidas visando à reabertura do país e volta à normalidade. Assim, papéis voltados ao mercado chinês tiveram forte alta no mês, recuperando das quedas expressivas observadas ao longo do ano.
O cenário restritivo segue, mas já vemos sinais de desaceleração no ritmo de alta de juros dos Bancos Centrais mundiais, uma vez que a inflação arrefece. Contudo, o mundo lidará com juros mais elevados por mais tempo, encerrando o longo período de políticas monetárias expansionistas e crédito barato. Aliás, os juros elevados acendem sinal de alerta não só para as empresas mais alavancadas, mas também aos BCs de países desenvolvidos que contam com volumes expressivos de dívida e que agora devem despender de recursos adicionais para repagamento de dívidas.
FED mais brando anima mercados, mas juros devem seguir mais altos por todo 2023
Ao longo de novembro, vimos forte oscilação nos mercados globais, refletindo os indicadores de atividade que favoreciam um posicionamento do FED mais brando, como por exemplo a inflação que já dá sinais de desaceleração, mas contraposto por falas de dirigentes da autoridade monetária norte- americana afirmando que os juros deverão se manter em patamar mais elevado até meados de 2024.
No oriente, a China avançou com seu plano de flexibilização das restrições anti-covid e impulsionou os mercados, que celebraram a volta do gigante asiático, ao menos no curto prazo. Mantemos a cautela quanto à eficácia das medidas que serão anunciadas ao longo das próximas semanas, uma vez que o mundo caminha para um cenário de desaceleração, o que pode afetar a demanda esperada no próximo ano.
Dezembro deve antecipar um pouco do que veremos em 2023. Nos Estados Unidos, discurso recente de Powell sinaliza um FED mais dovish já na próxima reunião em dezembro, apesar de reforçar que a luta contra a inflação continua. Com isso, mercados devem ajustar as expectativas ao cenário atual, e devemos ver recuperação de ativos, especialmente os mais deteriorados pelo ciclo altista dos juros no país, como por exemplo o setor de tecnologia. Mesmo assim, lembramos que o cenário ainda é de juros elevados para todo o próximo ano, o que deve refletir em maiores despesas financeiras e impactos nos resultados líquidos das empresas, especialmente as mais alavancadas.
Assim, mantemos a cautela e a diversificação segue sendo nossa principal recomendação neste momento.
Mês volátil, mas carteira segue bem
Mais um mês volátil, mas com bom desempenho da nossa carteira de ativos, que fechou 1,8 p.p. acima do benchmark. A diversificação fez seu papel mais uma vez e nos ajudou a manter a boa performance, ao passo que caminhamos mais confiantes para o último mês do ano.
A FSLR34 caiu no paladar dos investidores e foi o destaque positivo, avançando mais de 15% no mês, conforme o setor de Óleo&Gás viu movimento contrário, o que, aliás, fez com que a COPH34 fosse o pior desempenho do mês, recuando 5,5%.
Destacamos também a alta de GSCI34 e PGCO34, com respectivos desempenhos de +11,9% e 10,3% no período. Seguindo a fala de Powell sobre abrandamento do ritmo do aperto monetário, as ações da MSFT34 ganharam força no fim do mês e contribuíram com a carteira ao subirem 10%.
Poucos ajustes e o famoso stock picking
Para dezembro, optamos por um mix de ativos focados nos ganhos de longo prazo, bem como empresas mais consolidadas e que passam por processo de recuperação de valor no curto prazo, podendo impulsionar o desempenho do portfólio no fim deste ano.
Neste sentido, continuamos com COPH34 e FSLR34 representando o setor de Energia, com a primeira inserida no segmento de Óleo&Gás, no qual esperamos leve recuperação com preços do petróleo ainda em alta, e a segunda como grande aposta para o segmento de energia renovável, em especial solar.
No segmento financeiro, JPMC34 fica, assim como GSGI34, em virtude do cenário de maiores juros e, consequentemente, maior spread bancário, o qual deve beneficiar os resultados das instituições financeiras ao longo de todo o ciclo altista dos juros.
Representando as companhias de tecnologia, seguimos com MSFT34, por entendermos que dentre todas, esta acaba oferecendo o menor risco no setor.
Removemos GMCO34 e COWC34 neste momento para a entrada de COCA34 e WALM34. A primeira, devido à estratégia de expansão em novos mercados e favoritismo no setor; enquanto na segunda, vemos oportunidades surgirem com o turnaround após problemas com estoques terem prejudicado o desempenho operacional da companhia.
Para Saúde, mantivemos MRCK34 e CVSH34. Seguimos também com PGCO34.