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Carteira Recomendada | Retorno | Dezembro

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Gabriela Joubert

Publicado 01/dez30 min de leitura

A volta da incerteza fiscal

Apesar do cenário externo positivo, o risco local teve forte alta em novembro. A incerteza fiscal voltou a penalizar os mercados elevando as taxas DIsde maneira significativa. O governo de transição deu início aos trabalhos e estabeleceu como prioridade a aprovação de uma PEC que permitiria o aumento de gasto de R$198 bilhões por 4 anos, o que gerou bastante ruído no mercado, especialmente porque ainda não temos a definição da equipe econômica. Com esse nível de gastos, a trajetória da dívida pública voltaria a subir elevando o risco de maior inflação o que eliminou as chances de cortes na Selic no 1º semestre de 2023. Atualmente, o cenário mais provável é a manutenção da Selic no atual patamar por um período mais longo que o antecipado. Com elevada incerteza para 2023, o cenário demanda cautela.

A economia tem desempenho robusto até setembro. Apesar dos juros elevados, o PIB continua mostrando força com crescimento 0,4% no 3º trimestre e com revisões positivas em 2021 (de 4,6% para 5,0%) e no 1º semestre de 2022 (de 2,5% para 3%). Os setores de serviços foram o destaque com TI crescendo 3,6% no trimestres. Também chama atenção a construção, que cresce puxada pelo investimento. O crescimento no ano será próximo de 3%, mas com desaceleração esperada para o 4º trimestre e ao longo de 2023, até uma maior clareza no cenário que possa dar espaço para a queda dos juros.

Incertezas e volatilidade aqui e lá fora

Mesmo com a definição do resultado das eleições, novembro trouxe consigo mais um período volátil, com a bolsa e ativos locais respondendo aos impasses na esfera política com a PEC da Transição e indefinição do corpo ministerial pelo novo governo eleito. Com isso, as ações voltadas ao mercado doméstico sofreram com um cenário de volta do risco fiscal e provável pressão adicional de inflação e juros mais elevados por mais tempo.

Enquanto as apostas no início do mês se alicerçavam em setores outrora favorecidos por políticas econômicas mais brandas, como menores juros para financiamentos imobiliário, o que vimos foi uma reviravolta destes fundamentos, levando a reversão dos ganhos observados ao longo de outubro.

Contribuindo para as oscilações no mês, no cenário externo, vimos idas e vindas de indicadores e falas de dirigentes do FED que indicavam uma possível amenização do ritmo de elevação dos juros nos Estados Unidos, mas que devem se manter em patamar mais alto por mais tempo. Enquanto isso, na China, as expectativas de flexibilização das medidas de restrição anti-covidganham força e impulsionam papéis ligados ao gigante asiático, como exportadoras.

Desempenho Nov/22 | Incertezas políticas e volta do risco fiscal penaliza carteira no mês

A volta do risco fiscal via incertezas políticas que surgiram com a PEC da Transição elevaram também as apostas de um cenário inflacionário, juntamente com provável juros elevados por mais tempo. Nesse sentido, a estratégia do início de novembro, na qual apostávamos em um governo que favorecesse os ativos voltados à economia doméstica não se consolidaram.

Os papéis do setor de Varejo e Consumo tiveram forte correção com o receio de volta da inflação e LREN3 recuou mais de 25% no período, o mesmo motivo também pesou no setor de Shoppings e MULT3 teve queda de 13%. O setor de Construção também caiu em peso com a reversão do cenário de corte de juros esperado para o 2T23 e CYRE3 recuou mais de 22% no mês.

Na ponta positiva e revertendo o mês anterior, o setor de Siderurgia foi destaque com China e GGBR4 avançou quase 23%, limitando parte das perdas no mês. BBSE3, PRIO3 e ASAI3 também contribuíram para menor queda do portfólio.

Fonte: Inter Research e Bloomberg

Carteira Dez/22 | Fim de ano complicado

Optamos por manter a diversificação para este que tende a ser mais um mês complexo e permeado pela volatilidade. Manteremos nossa exposição às companhias líderes em seus setores, com fundamentos sólidos e boa performance operacional.

Mantivemos GGBR4 representando as Siderúrgicas, ressaltando sua posição geográfica, sua liderança no setor e excelente capacidade administrativa do management da companhia. Seguimos também com PRIO3 no segmento de Óleo e Gás, após os excelentes resultados reportados nos 9M22 e expectativas de retomada dos preços do petróleo no curto prazo. Incluímos, ainda, KLBN11, com base nos bons fundamentos que se mantém no mercado interno e externo para a companhia.

No setor financeiro, mantemos BBSE3 representando as seguradoras, mas incluímos PSSA3, visando a inflexão do setor automotivo que tem apresentado uma retomada dos ajustes nas apólices. Seguimos também com ITUB4, o bestin class dentre os incumbentes.

No segmento de Varejo e Consumo, mantemos ASAI3, após o bom resultado do 3T22, revisão positiva do guidancee provável melhor desempenho do setor de Alimentos em meio a um cenário inflacionário. Para o setor de Saúde, seguimos com RDOR3, mesmo com os efeitos de curto prazo que podem afetá-la com o novo piso da Enfermagem.

No setor de Utilities, mantemos ENBR3, que segue como destaque dentre os pares.

Fonte: Bloomberg e Inter Research*, em 30/11/2022

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