Inter Recomendações - Carteira Índices Globais Abril 2023
A Carteira Índices Globais (antiga Carteira ETFsClássica) é uma carteira direcionada para investimentos nos mercados globais, trazendo oportunidades para uma alocação estratégica àqueles que buscam diversificação por meio dos principais índices disponíveis no exterior, via ETFs(Exchanged Traded Funds) – fundos de investimentos passivos, negociados em bolsas e que, geralmente, replicam uma cesta de ativos ou um índicede mercado.
Após um mês de alta volatilidade em reflexo às dificuldades enfrentadas por alguns bancos nos Estados Unidos e na Europa, que culminaram na falência do SVB e na compra do Credit Suissepelo UBS, vemos abril com menos nebulosidade. No campo macroeconômico, aumentam as apostas de que o ciclo de alta dos juros nos Estados Unidos possa estar chegando ao fim. Na Europa, a crise bancária ainda paira no ar e limita avanços mais significativos nos ativos locais, mesmo com processo inflacionário mais ameno. Na Ásia, o iene mais forte pressiona o Nikkei e na China, a retomada pós-lockdown não acontece como esperado e coloca em dúvida o real potencial da economia chinesa para este ano.
Diante deste cenário, aumentamos nossa exposição aos ativos de Renda Fixa de durationmais curta, enquanto mantivemos a diversificação com títulos governamentais e corporativos. Na renda variável, apostamos na recuperação do setor financeiro, após a forte queda do mês, enquanto reduzimos exposição à Europa.
Crise bancária vai a segundo plano, enquanto inflação volta ao radar
Cenário Macro
A possibilidade de uma crise financeira como a observada em 2008 elevou novamente a aversão ao risco para os mercados globais, além de preocupação adicional dos bancos centrais, que se organizaram em socorro às instituições a fim de garantir a confiança ao sistema financeiro e conter os efeitos recentes aos casos isolados. Com isso, vimos uma postura mais branda do Fedque já passa a sinalizar a proximidade do fim do ciclo de alta dos juros. Contudo, apesar da intenção do Fedde realizar um soft landing, a inflação americana continua pressionada e se mostra persistente, assim como a atividade econômica, que se mostra resiliente, especialmente o mercado de trabalho.
Na Europa, com a quebra do Credit Suissee posterior compra pelo UBS, a crise bancária ainda preocupa, sobrepondo-se aos dados de inflação e atividade melhores que o esperado. No corporativo, o setor de varejo e as mineradoras destacam-se, ambos beneficiados pela retomada da China.
Aliás, na Ásia, dados de PMI mostram que a China segue expandindo, mas em ritmo menor que o observado no primeiro bimestre do ano. O setor de Serviços mostra-se mais resiliente, enquanto a indústria e o segmento de Real Estateesforçam-se para ganhar tração.
Bolsas
Apesar da grande volatilidade por conta do estresse pela crise bancária, os índices lá fora encerraram em sua maioria em alta, beneficiados pela rápida atuação dos bancos centrais a fim de conter uma possível crise de confiança no sistema financeiro. O S&P500 avançou 3,5% no mês, beneficiado por um Fedmais brando, enquanto a taxa de juros de 10 anos fechou em queda de 40 bps no mês. Com a possibilidade de estagnação nos juros, Nasdaq foi o grande beneficiado, retomando parte das quedas sofridas desde o início da política monetária mais restritiva. Na Europa, as bolsas também tiveram um mês positivo, apesar da pressão baixista vinda dos bancos, a qual foi compensada pelo avanço das commodities no mês e setores vinculados à China, como varejo de luxo. Já na Ásia, Nikkei trouxe o melhor desempenho, beneficiado por melhores dados macro da indústria.
Alocação & Desempenho
Desempenho março
A carteira ficou 0,8 p.p. abaixo do benchmark, fechando em leve queda de 0,7%. A principal queda no mês veio dos ativos do setor financeiro que, apesar da recuperação na última semana, não foi suficiente para recuperar as perdas acumuladas no mês. Assim, o DVY recuou 5,9% em março, pressionando nosso portfólio. Em seguida, o EWY teve desempenho negativo de 3,5%, sentindo os efeitos menos otimistas com a retomada da economia chinesa, uma vez que as exportações coreanas ainda sofrem com menor demanda no gigante asiático.
No lado positivo, destaque para o IVV, beneficiado pela rápida recuperação das ações norte-americanas no fim do mês, em especial as empresas de growth, como o setor de tecnologia.
Alocação
Com o cenário exposto, optamos por aumentar nossa exposição aos ativos de renda fixa de menor duration. Com isso, reduzimos o IEF (7 – 10y) de 16% para 10%, enquanto elevamos de 4% para 10% a participação no SHY (1 – 3y).
Na alocação de Equity, mantendo nossa visão mais otimista à bolsa norte-americana quando comparada às demais regiões, excluímos o EWJ para a entrada do IYF, aumentando nossa exposição ao setor financeiro nos Estados Unidos, apostando na retomada após a forte queda em março, especialmente considerando a exposição do índice aos grandes bancos. Reduzimos nossa alocação ao IEUR, enquanto reponderamos nossa exposição ao ECH, com leve alta de 6% para 8%. Mantemos nossa exposição à China via EWY, apostando na retomada do setor de tecnologia com as sinalizações do governo chinês às empresas do setor.
Vanguard Total Bond Market Index Fund ETF
BND | Medium-Term Bonds: ETF com exposição a vários índices de títulos de renda fixa. É apropriado para investidores que buscam baixa volatilidade com objetivos de médio/longo prazo e baixo custo de administração.
Fundamentos: Focado principalmente no mercado de bondsnorte-americano, o BND busca replicar a performance de uma cesta vastamente representativa de títulos do governo dos Estados Unidos, seguindo índice ponderado pelo preço atual de mercado. A entrada na carteira busca dar exposição aos investidores aos principais títulos de dívida do governo americano em um ETF um pouco mais diversificado, mas trazendo um contraponto à exposição aos ativos de renda variável da carteira.
Vanguard Short-Term Corporate Bond ETF
VCSH | Short-Term Bond: ETF com a maior parte de sua exposição em títulos de empresas high-grade (alta qualidade). O ETF oferece uma volatilidade moderada a baixo custo e serve para investidores com objetivos de curto prazo (1-5 anos).
Fundamentos: pensando na exposição a títulos de renda fixa, mas prezando a diversidade dos investimentos, optamos pela inclusão de um percentual do portfólio em títulos de dívida corporativa. O VCSH replica a performance do Barclays Capital U.S. 1-5 year Corporate Bond Index, Índice de BondsCorporativos do Barclays, e traz papéis de dívidas de empresas sólidas como Microsoft, Dell International, bem como grandes bancos como Bank of America, JP Morgan e Goldman Sachs