Mudança de humor eleva aversão ao risco
Após alta de 6,18% em janeiro, o S&P 500 devolve parte dos ganhos em fevereiro, recuando mais de 2%. Posteriormente à divulgação da ata do FOMC, o mercado parece dar maior probabilidade ao cenário de taxa de juros maiores por mais tempo, deixando a hipótese de soft landingde lado, por ora. De fato, os juros de 10 anos voltaram a aumentar em fevereiro, saindo de 3,52% para 3,95%, indicando que o impacto financeiro sobre as empresas será maior, afetando o valuation das mesmas.
A temporada de balanços do 4T22 também não foi muito animadora, com um maior percentual de balanços ficando abaixo das expectativas de mercado. Tanto nos Estados Unidos como na Europa, vimos demanda mais enfraquecida contrapondo o arrefecimento observado nos custos e os guidancespara o ano, em geral, mostram um cenário mais adverso à frente.
O S&P 500 se mantém em patamar elevado, rondando os 4 mil pontos e na Europa, os principais índices seguem em rota altista, ao menos no curto prazo. Contudo, dado o tamanho do aperto monetário e a perspectiva de desaceleração econômica, seguimos com cautela quanto a exposição a ativos de risco.
Desempenho – Fevereiro/23
Mês de ajustes de percepção
/ Com mercados mais alinhados às expectativas dos Bancos Centrais de juros elevados por mais tempo, vimos correção generalizada dos ativos globais, com os índices nos Estados Unidos caindo mais de 2% no mês e, em Hong Kong, a bolsa cedendo 9,5%, apresentando o pior desempenho para um mês de fevereiro nas últimas quatro décadas. Na China, também os índices performaram abaixo do esperado, diante de incertezas quanto ao ritmo de recuperação da economia local pós-reabertura.
/Com isso, no mês, os índices asiáticos foram o maior peso negativo no portfólio, com o EWY (Coreia do Sul) recuando 7,8%, enquanto o EWJ (Japão) caiu 4,7%. O IEUR apesar de ceder 1,5%, performou acima do benchmark, contribuindo para amenizar a queda do portfolio.
/Dentre os títulos de Renda Fixa, o SHY foi o melhor desempenho relativo, com leve queda de 0,8%, seguido pelo VCSH, que recuou 1,3%.
Ajustes na alocação, buscando uma carteira mais clássica
/Com a consolidação de um cenário de maior aversão ao risco nos mercados internacionais, optamos por manter os ativos da carteira inalterados, ajustando, porém, a exposição aos movimentos esperados para o curto prazo. Nesse sentido, reduzimos nossa exposição à Coréia do Sul, mantendo a cautela quanto à retomada da economia chinesa, até que tenhamos dados mais contundentes sobre o ritmo de recuperação no gigante asiático – uma vez que o índice sul-coreano é fortemente correlacionado ao desempenho econômico chinês – e aumentamos a exposição em Europa, tendo em vista a melhora contínua do humor na região.
/Assim, na alocação de Equities, mantivemos a participação de Estados Unidos em 24%, com DVY (Dividendos), IVV (SP500). A exposição em emergentes segue via participação no ECH (Chile). Elevamos de 9% para 11% a alocação de IEUR (Europa) no portfólio total. Na Ásia, mantemos nossa posição em EWJ (Japão) e EWY (Coreia do Sul), porém com leve redução de participação deste último.
/Já na alocação de Renda Fixa, com a mudança de percepção do mercado quanto ao cenário de juros altos por mais tempo, optamos por aumentar levemente a durationda carteira, elevando a exposição ao BND (Multimédio prazo), bem como o IEF (Treasuries7-10y) para 16% cada, e deixando SHY (Treasuries1-3y) e VCSH (Corporativos 1-5y) em 4% cada um.