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Carteira Recomendada | ETFs | Fevereiro 2023

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Gabriela Joubert

Publicado 01/fev10 min de leitura

Queda da inflação nos EUA traz perspectiva de fim do aperto monetário pelo Fed

Cenário internacional está sendo pautado pelas políticas monetárias restritivas impostas pelos diversos bancos centrais ao redor do mundo. Apesar da inflação já ter atingido o pico, ela ainda se encontra razoavelmente elevada e distante do centro da meta dos respectivos bancos centrais. Consequentemente, uma desaceleração econômica mais acentuada, ou uma eventual recessão global, é altamente provável. Por outro lado, existe uma grande expectativa de que a reabertura chinesa possa ser uma grande força altista em 2023. Entretanto, há incerteza sobre a saúde econômica da China, especialmente em relação ao seu setor imobiliário e creditício. O cenário mais provável é de uma desaceleração econômica global. Mesmo que a China surpreenda positivamente, o seu impacto será contrabalanceado pelas piores condições financeiras criadas pelo Fed e pelo BCE. No encontro em Davos, Lagarde, presidente do BCE aconselhou investidores “a ajustarem suas posições”, para um alta de juro mais intensa.

Começamos fevereiro com mais uma elevação dos juros pelo Fed, mas em um ritmo menor, 25 bps, para 4,75%. A inflação americana continua em queda e fechou dezembro em 6,5% com núcleo em 5,7%. O Fed deve subir os juros mais uma ou duas vezes nesse começo de ano e parar, mantendo a taxa básica próxima de 5% até que a convergência da inflação para a meta esteja mais clara. O mercado de trabalho segue aquecido, com desemprego próximo nas mínimas e altas de salários no patamar de 4,5% a.a., o que pode ser empecilho para o afrouxamento monetário mais cedo, como esperado pelo mercado.

O ponto divergente será a economia chinesa, que está em meio ao processo de normalização da atividade econômica pós política de tolerância zero à covid. Os dados mais recentes indicam expansão da atividade em janeiro e já se observa uma normalização da mobilidade interna e alguns sinais de impulso creditício por parte do governo. Entretanto, o crescimento chinês será balanceado pela desaceleração global. Ainda assim, devemos observar pressões nos preços de commodities, favorecendo economias emergentes.

Desempenho – Janeiro/23

Bom humor global reflete no desempenho da carteira

O S&P 500 iniciou o ano com forte alta, embalado pela perspectiva de juros menores já em 2023. Apesar dos sinais de desaceleração da atividade, o cenário de recessão também foi colocado de lado e o mercado voltou a apostar forte no softlandingda economia americana. Em janeiro, os juros de 10 anos tiveram queda de 3,9% para 3,5% e a bolsa subiu 6,1% no mês. Em relação à mínima de outubro, a bolsa americana acumula alta de 14%. Nosso portfólio acumulou alta de 6% no mesmo período, ficando 0,5 p.p. abaixo do benchmark.

Assim, os destaques positivos ficaram por conta do EWT que avançou 11,6% no período, com as ações em Taiwan impulsionadas pelo otimismo com o processo de reabertura na China e também por maior demanda da indústria de microchips. Também destacamos o ECH, que foi fortemente impulsionado pela retomada dos preços de cobre nos mercados globais. O EWJ também avançou, conforme fluxo de capital estrangeiro volta ao país e dados de atividade confirmam tendência de recuperação.

Do lado negativo, o DVY apesar de subir 3,6% teve desempenho abaixo do S&P, refletindo perspectiva mais bullishpara a política monetária americana e, consequentemente, maior interesse do investidor a ativos de growth.

Carteira ETFs – Fev/23

Ajustes na alocação, buscando uma carteira mais clássica

A partir de agora, passamos a separar o portfólio de renda fixa e renda variável dentro da carteira de ETFse iremos seguir a proporção de 60/40 (60% Equitye 40% Renda Fixa), estratégia comumente utilizada por portfólios globais. O objetivo é sugerir uma alocação entre as duas modalidades de ativos ao mesmo tempo em que permite a possibilidade de modificar o peso de cada portfólio, visando melhor retorno no longo prazo, com base em teses de investimentos mais clássicas, com foco também na diversificação geográfica.

Assim, na alocação de Equities, equilibramos nossa alocação, reduzindo a participação de Estados Unidos, agora em 24%, com DVY (Dividendos), IVV (SP500), e elevando a participação no ECH (Chile). Incluímos o IEUR (Europa), em razão dos sinais de recuperação que vemos aparecer no continente. Na Ásia, mantemos nossa posição em EWJ (Japão), mas substituímos EWT (Taiwan) por EWY (Coreia do Sul), expostos indiretamente à China, mas beneficiados pela solidez do mercado de tecnologia sul-coreano.

Já na alocação de Renda Fixa, optamos por manter o BND (Multimédio prazo), bem como o IEF (Treasuries7-10y), mas adicionamos o SHY (Treasuries1-3y). Para Renda Fixa corporativa, seguimos com o VCSH (Corporativos 1-5y).

Fonte: Bloomberg e Inter Research*, em 31/01/2023

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