Junho confirma o Bear Market nos Estados Unidos e bolsas globais respondem
Sentimento negativo se confirma
No início desta semana vimos o BearMarket se confirmar nos Estados Unidos, após dados de inflação acima do esperado terem levado os mercados a precificarem uma alta de 0,75 p.p. nos juros norte-americanos, confirmada na reunião de hoje do FOMC. Com isso, ativos globais tiveram dias de perdas e as incertezas seguem no radar, especialmente no que tange as perspectivas de crescimento global.
Apesar da pressão baixista prevalecer, naturalmente em momento como estes existe uma migração para ativos mais consolidados, menos expostos à volatilidade dos ciclos. Com isso, companhias já maduras e mais resilientes tendem a ser um refúgio para os investidores.
Companhias de Utilities como opção
Neste sentido, desde o início do mês, enquanto o Ibovespa recua mais de 7%, índices como o IEEX, de Elétricas, e o UTIL, de Utilities, tem desempenho relativamente melhor, com quedas respectivas de 3,4% e 3,3%. Lembramos que os ativos em ambos os segmentos são, geralmente, considerados como hedge para inflação, uma vez que parte destas companhias tem suas receitas atreladas aos índices inflacionários, compensando as altas recentes.
Vemos ainda um cenário desafiador para o próximo mês, especialmente considerando que os riscos mapeados, como pressões inflacionárias, elevação de taxas de juros, guerra na Ucrânia, incertezas na China e desaceleração global, seguem firmes. Diversificação e cautela pautam nossas decisões para o próximo ciclo.
Desempenho: Maior aversão ao risco em junho limita perdas do portfólio
Nos últimos 30 dias, a carteira performou 0,83% abaixo do IDIV, pressionada pela queda dos papéis de Utilitiesque vinham devolvendo parte dos ganhos obtidos ao longo de todo o ano. Contudo, desde o início desta semana, com a reversão mais significativa de cenário, estes papéis têm apresentado recuperação, ajudando a limitar os efeitos negativos do período.
No destaque negativo, tivemos TRPL4 e ENBR3, com quedas de 6,7% e 4,2%, respectivamente, além de ODPV3, que cedeu 3,9%.
Contribuindo positivamente tivemos as companhias de commodities, como VALE3 e CSNA3, avançando respectivos 5% e 1,2%, refletindo a reabertura da China após longo período de lockdown.
Carteira Dividendos – Jun.22: Cautela mantida, carteira também
Em virtude do cenário de maior aversão ao risco que vem se desenhando, manter uma visão e posição mais cautelosa acaba sendo a melhor opção. Assim, optamos por manter nossa carteira inalterada para o mês que se inicia. Seguimos expostos ao setor de Utilities, representando 40% da alocação do portfólio, com CSMG3, ENBR3, TAEE11 e TRPL4.
No segmento financeiro, mantemos BBAS3, BBSE3 e BBDC4. Consideramos estas como empresas sólidas em seus setores, resilientes e com possibilidade de bons proventos, bem como espaço para upside.
Nas empresas de commodities, mantemos CSNA3 e VALE3 em razão de notícias mais animadoras quanto à China, apesar de ainda vermos desafios de médio e longo prazo para o país. Lembramos que ambas as companhias devem seguir com forte geração de caixa ao longo de 2022, beneficiadas pelos preços ainda elevados de minério de ferro nos mercados internacionais.
Reiteramos a cautela nas decisões de investimentos, uma vez que os desafios seguem em pauta. Lembramos que visão de longo prazo, bem como diversificação, seguem como melhores ferramentas para uma boa estratégia voltada a proventos.
Boa leitura e bons negócios.