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Carteira Recomendada | BDRs

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Mário Corrêa

Publicado 23/fev10 min de leitura

Após um ano de recordes em 2021, o ano inicia com forte correção nos mercados internacionais, com aumento da aversão ao risco, após um FED mais hawkish, confirmando que as pressões inflacionárias outrora acreditadas como passageiras devem perdurar, o que força uma posição mais dura da autoridade monetária do país. Com isso, de acordo com a última Ata publicada pela instituição, as taxas de juros devem iniciar um novo ciclo de alta a partir de março deste ano e a recompra de títulos deve se encerrar, trazendo leveza ao balanço da instituição.

As commodities metálicas e agrícolas seguem beneficiadas pela forte demanda na China, antecedendo o Ano Nono chinês. Já as commodities energéticas veem novas escaladas no preço em meio as tensões geopolíticas entre Ucrânia e Rússia e a demanda crescente com a volta da mobilidade.

Em fevereiro, desafios seguem e mercados se posicionam antes da efetivação do início do aumento dos juros na economia americana.

Ciclo contracionista ganha força e tensões geopolíticas entram no radar

Seguindo o mau-humor que tomou conta dos cenários internacionais, com S&P500 em queda de cerca de 7%, Dow Jones de quase 5% e Nasdaq ultrapassando -10%, o BDRX caminha para encerrar o mês em forte queda também de mais de 10%, contrapondo o movimento de recuperação do índice local.

A variação cambial também contribuiu negativamente, mas em menor magnitude, após a recuperação na última semana.

Para fevereiro, esperamos reposicionamento dos portfólios, precedendo o ciclo de alta de juros que se inicia em março, com pressão nos ativos de growth e melhores ventos para as companhias de value.

As tensões correntes entre Rússia e Ucrânia e a entrada da Otan no conflito trazem incertezas adicionais ao cenário.

Diversificação segue, apesar de ajustarmos exposição a setores chave.

Desempenho em janeiro/22

A carteira de janeiro mostra mais um mês de desempenho acima do BDRX, nosso benchmark, ganhando 4,38% até esta data, apesar de fechar o mês negativa em 6,6%. Os principais destaques negativos ficaram por conta dos papéis do setor de varejo e consumo, como HOME34 e COWC34, após afirmação do FED de que a inflação agora assusta. A GMCO34 também decepcionou, após um ano de 2021 bastante positivo.

Na ponta positiva, tivemos D1VN34, refletindo os preços recordes do petróleo no mercado internacionais e avançando

13% no mês, bem como MSBR34, após divulgar resultados acima das expectativas para o 4T21. O desempenho estável de BOAC34 também contribuiu para segurar a performance da carteira no mês em nível melhor que o BDRX.

Carteira recomendada BDRs - fevereiro/22

Com as incertezas e riscos aguçados para o mês de fevereiro, optamos por ampliar nossa exposição às commodities com a entrada de OXYP34, companhia atuante no setor de Óleo&Gás, enquanto mantivemos a D1VN34, destaque positivo de janeiro. Sabemos que existe o risco de aumento de oferta por parte da OPEP+, contudo os conflitos geopolíticos entre Rússia e Ucrânia devem seguir colocando pressão nos preços nos mercados internacionais.

Efetuamos também alteração no segmento de varejo, retornando com WALM34 no lugar de COWC34, mas mantivemos HOME34. ADB34 sai do portfólio, devido ao desempenho pífio no mês, mas MSFT34 segue firme e forte representando as companhias de tecnologia. Mantemos também as farmacêuticas PFIZ34 e JNJB34, pois acreditamos que o assunto covid ainda deverá ser uma constante ao longo do ano. No setor financeiro, seguimos com MSBR34 e BOAC34.


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