1. Afinal, o que é câmbio? Como ele é determinado?
A taxa de câmbio nada mais é que o preço de uma moeda em relação a outra. O câmbio é determinado de maneiras diferentes em distintos países. A maioria dos regimes de câmbio adotados mundo afora podem ser divididos em dois tipos:
Câmbio Fixo: Nesse regime o valor da moeda nacional de um país é indexado ao valor de uma moeda estrangeira, normalmente o dólar. Esse regime cambial foi extremamente comum depois do acordo de Bretton-Woods, que determinou que as taxas de câmbio dos países integrantes do FMI fossem indexadas ao dólar. Com o fim do sistema de Bretton-Woods esse regime cambial passou a ser consideravelmente menos comum.
Câmbio Flutuante: No regime de câmbio flutuante o preço de uma moeda em relação a outra é determinado pelo mercado através e mecanismos de oferta e demanda. Esse é o regime atualmente utilizado no Brasil e em boa parte do mundo. No regime de câmbio flutuante as expectativas dos agentes têm papel fundamental na formação da taxa de câmbio. Portanto, indicadores como risco país estão correlacionados com o preço de uma certa moeda. O gráfico abaixo, por exemplo, mostra o CDS de 5 anos, um indicador de risco, para o Brasil e o valor do câmbio entre Real e Dólar.
2. Câmbio Real x Câmbio Nominal
A distinção entre a taxa de câmbio real e nominal é extremamente importante para compreensão do termo. Em vista disso, o câmbio nominal é aquele que costumamos ver no noticiário e que usamos quando pretendemos adquirir alguma moeda estrangeira. Ou seja, o câmbio nominal é simplesmente a taxa de câmbio expressa em preços atuais. Já para entender melhor a variação das taxas de câmbio de um país, o ideal é utilizar o câmbio real. O câmbio real é a taxa ajustada pela diferença das taxas de inflação dos países das moedas que estão sendo comparadas. Para ajustar o câmbio entre Dólar e Real, por exemplo, podemos usar a diferença entre o Consumer Price Inflation (CPI) e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Podemos dizer que a paridade do poder de compra é o valor real de uma certa moeda, enquanto as taxas de câmbio são seu valor de mercado. Existe uma outra maneira de se comparar duas moedas diferentes: A paridade do poder de compra (PPC), que consiste no câmbio que faz com que o valor necessário para se adquirir um mesmo bem ou serviço em dois países seja o mesmo. A paridade do poder de compra é calculada através da comparação do preço de um bem ou de uma cesta de bens homogêneos entre os países. Uma maneira curiosa que a revista The Economist encontrou de fazer isso foi através do seu famoso Big Mac Index, que utiliza o sanduíche mais popular da maior rede de fast food do mundo para fazer o cálculo da PPC. Nesse índice, ao se ajustar por PIB per capita para melhor compreender os custos do trabalho em cada país, o Real está 22.9% superestimado frente ao Dólar.
3. Relação entre o Câmbio e outros indicadores econômicos
Variações no câmbio também influenciam outros indicadores macroeconômicos. Um exemplo é a relação entre câmbio e inflação. Recentemente, a alta do dólar foi um dos principais fatores responsáveis pelo aumento da inflação, isso ocorre, pois, a desvalorização relativa do real encarece importações e insumos, causando pressão inflacionária.
Existe uma clara relação também entre juros e câmbio, uma vez que um aumento da taxa de juros pode ser entendido por investidores estrangeiros como uma oportunidade de investimento, devido ao aumento do retorno, aumentando o fluxo de capital estrangeiros no país e, por consequência, apreciando a moeda nacional.
Gostou? Fique ligado para mais dicas!