1. Como funcionam os Produtos Estruturados?
Essencialmente, um produto estruturado é composto por uma combinação de investimentos de renda fixa e de renda variável. A operação é montada com base em análises do cenário atual da economia, bem como as considerações dos possíveis desdobramentos futuros. Ao final do prazo estipulado, os resultados destes componentes que formam o produto irão somar o resultado da operação. Vale ressaltar que em razão de sua complexidade, as operações estruturadas são recomendadas para investidores qualificados.
O Produto Estruturado poderá ser ofertado por um banco, e nesta única aplicação o investidor poderá diversificar seus investimentos em variados setores tanto em território nacional como no exterior.
Um exemplo de produto estruturado é o conhecido Certificado de Operação Estruturada (COE). Há dois tipos de COE, (i) o de capital protegido e (ii) o valor nominal de risco. Imagine uma operação fictícia de um COE de capital protegido, com rentabilidade de até 20%. Dentre as premissas do produto ofertado pelo banco, 2/3 do capital será destinado para um título de renda fixa prefixado. O restante do capital será destinado à compra de opções de compra (call) de cotas de um ETF. O prazo da operação será de 1 ano.
Considerando a previsibilidade do ativo de renda fixa, desenham-se três cenários para o resultado da operação ao final do prazo:
a. O ETF se desvalorizou: o capital inicial do investidor aplicado neste derivativo será devolvido nominalmente;
b. Houve valorização em menos de 20% do ETF: o investidor receberá os resultados proporcionais à valorização do ativo;
c. O ETF valorizou em 20% ou mais: o investidor receberá um retorno fixo de 25% na operação.
2. Custos de Operação de Produtos Estruturados
A remuneração do banco ofertante do produto acontece por meio de encargos financeiros, o spread, sobre a operação. Os encargos variam de acordo com a complexidade das operações do produto estruturado e vem embutidos no resultado. Além das taxas do banco, o investidor ao final da operação pagará também os impostos sobre os resultados da operação, seguindo as alíquotas da tabela regressiva do Imposto de Renda (IR):
a. Até 180 dias: 22,5%
b. De 181 a 360 dias: 20%
c. De 361 a 720 dias: 17,5%
d. Acima de 720 dias: 15%.
3. Quais são as vantagens e os riscos de um Produto Estruturado?
Por se tratar de um produto muito flexível, há várias estratégias que podem ser exploradas, adaptando-se às circunstâncias e objetivos de cada investidor quando necessário e cada uma exposta ao risco do setor que a operação for feita.
A operação estruturada possibilita um alto rendimento, mas com riscos menores e perdas controladas, dependendo da categoria da operação, como no exemplo anterior. Além disso, os produtos estruturados ofertados pelo banco são projetados e pré-montados, assim facilitando o acesso do investidor a esse tipo de operação.
Considerando os riscos dessa classe de investimentos, podemos levantar três principais tipos que o investidor pode enfrentar ao optar por um produto estruturado:
a. Risco atrelado ao Custo de Oportunidade: Produtos estruturados são operações de longo prazo, a rentabilidade não é garantida e o investidor pode terminar a operação com o mesmo valor nominal com o qual iniciou;
b. Risco de crédito do emissor: há o risco de a instituição ofertante do produto não ser capaz de pagar o investidor, é importante ressaltar que neste tipo de investimento não há proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC);
c. Risco de Liquidez: os produtos estruturados não podem muitas vezes ser resgatados e a liquidação antes do prazo acaba dependendo do mercado secundário.
Gostou? Fique ligado para mais dicas!