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Inter Dica | Payout e Dividend Yield

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Gustavo Caetano

Publicado 20/jan

Resumo

Como analisar o índice payout e o dividend yield?

Como analisar o índice payout e o dividend yield?

Com o recente lançamento da nossa carteira de dividendos, vamos explicar hoje dois indicadores importantes para avaliação e seleção de empresas elegíveis a essa estratégia de investimento.

Quando uma empresa está em um setor ou modelo de negócio consolidado, onde há pouco espaço para crescimento por conta de limites físicos, demanda ou market share cristalizado, ela geralmente entra em uma fase em que uma menor parte do seu lucro é realocado em investimentos – o famoso CAPEX –, uma vez que ele será utilizado apenas para manutenção do seu modelo de negócio, e não mais sua expansão.

Como consequência, essas companhias acabam tendo uma proporção maior de seus lucros disponíveis para distribuição aos acionistas, uma vez que ela não o acumulará sem ter um bom motivo para isso. Assim, empresas que atendem às condições mencionadas são, em teoria, potenciais boas pagadoras de dividendos.

Dessa forma, um indicador importante para a análise é o índice de payout da companhia. Seu valor é obtido por meio da razão entre o dividendo distribuído e o lucro líquido reportado, conforme ilustrado abaixo:

Ele nos fornece uma indicação de qual percentual do lucro está sendo distribuído aos acionistas, em detrimento da outra proporção que será retida para reinvestimentos, pagamento de dívidas ou incorporação ao patrimônio líquido.

Com o lucro líquido e payout projetados para os próximos anos, temos uma estimativa dos dividendos futuros com base na equação abaixo:

Por outro lado, não é apenas o lucro e payout da empresa que determinará quantitativamente quão boa pagadora de dividendos ela é. Para determinar a rentabilidadade que uma companhia gera ao acionista na forma de dividendos, usamos a métrica chamada dividend yield, cuja equação é relembrada abaixo:

, onde o market cap é igual ao preço unitário da ação multiplicado pelo seu número total em circulação, ou seja, o valor de mercado do capital próprio da empresa.

Dizemos que o dividend yield expressa, percentualmente, o quanto a companhia paga aos acionistas em relação ao preço de sua ação, tendo este um papel tão importante quanto o dividendo efetivamente pago.

Isso significa que, em um cenário de duas empresas com mesmo índice payout, o fato da primeira ter um dividend yield melhor não depende apenas do seu um lucro líquido, mas também a qual preço ela está sendo negociada no mercado. Assim, uma empresa relativamente “cara” – ou seja, com market cap mais elevado – tende a ter um dividend yield menor que outra com payout e lucro líquido equivalentes.

Diferenças no valor das ações, por sua vez, podem ser justificadas por expectativas distintas quanto ao fluxo de caixa a ser gerado por elas no futuro. Dito de outra maneira, uma empresa geralmente é mais cara porque, por definição, se espera dela mais crescimento no caixa a ser gerado nos próximos anos.

Consequentemente, companhias com modelo de negócio mais amadurecido e, assim, com maior previsibilidade na projeção de seu fluxo de caixa, tendem a ter preços com múltiplos menos elevados e, consequentemente, um dividend yield maior. Ou seja, as empresas com maior dividend yield são aquelas com menor upside de crescimento, lucro líquido estável e alto índice payout.

No geral, tais características se concentram em certos setores e/ou categorias de ações, como o de utilities, blues chips do setor financeiro, dentre outros.

Gostou da dica? Então fique ligado para as próximas!


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