As discussões sobre o preço da gasolina/diesel têm se tornado populares em vários âmbitos, tramitando desde consumidores finais até economistas, bem como para fins estatísticos e/ou políticos. No Inter Dica desta semana abordaremos o tema pelo espectro da composição final do preço ao consumidor. O intuito é detalhar, mapear e entender a quem se direciona qual percentual e o tamanho desta fatia.
Antes de tudo, entendendo a produção.
De forma simplificada, a cadeia é bem divida em três grandes níveis: Exploração & Produção, Refino e Distribuição.
A primeira parte, como o próprio nome já diz, Exploração e Produção, é responsável por encontrar, extrair e levar o petróleo até as refinarias. Aqui no Brasil trata-se de um segmento que envolve grandes riscos, uma vez que a maior parte do petróleo brasileira é encontrada em águas profundas e ultra profundas, exigindo tecnologias avançadas, altos investimentos e grande expertise. A segunda parte da cadeia se dedica ao refino, na qual são realizados uma série de processos físicos e químicos para a produção de diversos produtos, como Óleo diesel, Gasolina, Gás liquefeito e outros. Por fim, a parte de distribuição se destina a levar o produto aos consumidores finais ou postos de distribuição.
O preço da Gasolina:
A gasolina que os posto de distribuição revendem ao cliente são do tipo A, uma mistura da gasolina com etanol anidro. Assim, o preço nada mais é do que a soma das partes entre a margem da Petrobras (empresa responsável pela exploração, produção e refino), custo da mistura com o etanol anidro, distribuição e revenda, além, obviamente, dos impostos.
O preço do Diesel:
Da mesma forma, temos a precificação do Diesel, porém as distribuidoras compram o tipo A das refinarias, então misturam com biodiesel, formando então o tipo B. Assim, a comercialização do tipo B engloba os custos de mistura, a parcela da Petrobras, distribuição e revenda e impostos.
Em média, a menor parte fica com a distribuição e revenda. E aqui lembramos que, a rentabilidade deste setor depende consideravelmente de uma boa localização e alto volume negociado. O custo do Etanol anidro também tem sua parcela na precificação do combustível. Quando observamos o percentual atrelado à Petrobras, podemos ver a maior representatividade, contudo é valido lembrar mais uma vez que a companhia conta com altos custos para explorar, produzir e refinar. Por fim, uma significante parcela do preço da gasolina é representada pelos impostos, incluindo os estaduais, uma vez que os Estados também têm alíquotas diferentes, o que altera o preço ao consumidor final em cada região do país. No gráfico abaixo podemos ver que o Rio de Janeiro conta, atualmente, com a gasolina mais cara do país, causado principalmente pela maior alíquota relativa dos impostos estaduais. Ao passo que o Rio Grande do sul conta com a gasolina mais barata, reflexo de uma das menores alíquota e o menor custo de distribuição entre os Estados.
Gasolina
Diesel