Afinal, o que é a Joint Venture?
Dentre as principais maneiras de expansão de uma empresa, a joint venture consiste em um acordo comercial entre duas ou mais companhias que reúnem seus recursos para realização de uma atividade específica. A associação pode incluir empresas de ramos de distintos, as quais serão compartilhados os lucros, assim como prejuízos e custos envolvidos a atividade.
Além disso, através da colaboração, a probabilidade de obter sucesso na atividade realizada é superior, o que se torna mais rentável para ambas as companhias. Já os seus objetivos são diversos, como a criação de um novo serviço ou produto, penetração em novos mercados ou a redução dos custos de uma atividade.
Um exemplo recente de uma colaboração com intuito de desenvolver uma nova atividade, foi a união da Cosan com o Grupo Paulo Brito, empresa atuante na mineração de ouro e cobre. A operação tem como objetivo desenvolver a JV Mineração, integrada das companhias voltada a exploração de minério de ferro. Para sua formação a Cosan contribuirá com a sua expertise em gestão e logística portuária, enquanto o grupo, com a sua experiência e recursos para extração de minérios.
Tipos de Joint Venture
Existem duas maneiras de criar uma Joint Venture, dentre elas: contratual e societária.
A Joint Venture contratual é a associação entre empresas mediante de um contrato entre ambas as partes, sem a necessidade do desenvolvimento de uma entidade jurídica. De modo que todos os bônus e ônus da operação serão divididos de acordo com o termo assinado.
Por outro lado, a Joint Venture societária consiste na união através da formação de uma nova entidade jurídica, ou seja, uma empresa. Em consequência, o envolvimento das companhias na atividade será superior.
Vantagens e Desvantagens da Joint Venture
Dentre as principais vantagens da Joint Venture, têm-se:
1. Penetração em novos mercados. A primeira vantagem da associação é a possibilidade de ingressar em mercados mais restritos, que favorecem empresas nacionais para o comércio. Desse modo, ao efetuarem uma JV, a companhia que busca expansão pode penetrar nesse país, enquanto a instituição local se aproveita de outro serviço ou experiência da associada.
2. Redução dos riscos. Com a associação, as empresas possuem menos riscos de insucesso do que teriam individualmente, dado a junção das experiências e conhecimentos, assim como pela redução da competitividade no mercado. Além disso, caso a atividade não obtenha êxito, os custos e prejuízos serão divididos entre as participantes.
3. Acesso a novos recursos. Através da parceria entre empresas, é possível desenvolver diversos novos produtos e serviços ao usufruírem dos recursos e conhecimentos de ambas as partes, sem impactar o balanço. Além disso, caso a relação seja positiva, criase a oportunidade de outras parcerias no futuro.
Já as suas principais desvantagens são:
1. Característica da gestão. Com a união, é possível que haja problemas relacionados a divergências culturais, comprometimentos de cada parte e pouca integração, o que não proporcionará bons resultados para JV e pode se tornar uma perda de recursos, tempo e capital.
2. Deslealdade. Uma das companhias pode usufruir dos recursos de forma indevida, ou não condizente ao acordado.
3. Divergências monetárias. É possível que haja adversidades relacionadas a distribuição de lucros, investimentos e outros recursos aplicados, principalmente em situações em que uma companhia entra com o capital e a outra com o conhecimento da atividade.
Alguns exemplos de Joint Ventures no Brasil
Em 2010, a Cosan em conjunto com a Shell efetuou uma Joint Venture para criação da Raízen. A companhia foi desenvolvida com o objetivo de distribuir combustíveis no Brasil pela marca Shell, assim como ser uma das líderes na produção de etanol, após a transferência das usinas de cana-de-açúcar da Cosan e o seu segmento de distribuição.
Além disso, iniciada em 1997, a Ambev e a PepsiCo efetuaram uma parceria para fabricação, venda e distribuição dos produtos da marca nos países que a Ambev é atuante.
Por outro lado, um exemplo passado, foi a união da Nintendo, Gradiente e Estrela do Brasil para criação da Playtronic. A empresa foi um sucesso no período que estava ativa, no entanto em 2015 a Nintendo cancelou a parceria e saiu do Brasil, o que causou diversas complicações para os consumidores do seu produto.