Primeiramente, o que é IPO?
IPO é a sigla em inglês para “Initial Public Offering”, ou “Oferta Pública Inicial” em português. Esta oferta representa a primeira vez que a empresa levanta recursos junto ao mercado, em troca de participação societária.
Por que uma empresa faz IPO?
A principal razão pela qual uma empresa decide fazer IPO é o acesso a capital para um fim específico, seja ele a aquisição de alguma outra empresa ou ativo, um investimento relevante ou apenas para reforço de caixa. Em outras palavras, o IPO em geral acaba por financiar o crescimento da empresa.
Mas o IPO não é a única forma com a qual as empresas podem captar recursos, existem outros meios como empréstimos e financiamentos (dívidas que a empresa toma junto aos bancos) ou debêntures (dívidas que a empresa toma junto ao mercado).
Dados os diversos meios de uma empresa levantar recursos, o IPO apresenta uma grande vantagem para a empresa. Ao emitir ações, a empresa não tem uma data de vencimento ou um valor específico para a amortização da dívida, de forma que não haja de fato um desembolso de caixa.
Desde o início de 2021, houveram mais de 30 IPO’s na B3, que levantaram mais de R$ 35 bilhões. Este foi o maior valor levantado em um primeiro semestre desde o início da série histórica em 2011, segundo a Anbima. Esse patamar se dá graças aos estímulos por parte dos governos através de políticas fiscais e monetárias extremamente expansionistas, que injetam liquidez aos mercados, e aumentam o apetite ao risco. Este grande número de IPO’s é visto como positivo, uma vez que diversas novas empresas estão abrindo capital, oferecendo mais opções para o investidor alocar seus recursos.
Riscos do investimento
Como todo investimento, entrar em um IPO apresenta alguns riscos, como a falta de um histórico extenso dos dados financeiros (a legislação prevê que a empresa apresente informações apenas dos últimos três anos) e uma assimetria de informações por parte do management, que sabe muito mais a respeito da empresa que o mercado.
Quais as vantagens para o investidor?
A principal vantagem do investidor entrar em um IPO é a possibilidade de tornar-se sócio da companhia no início de suas negociações no mercado, permitindo aproveitar a evolução esperada dos números da companhia e do papel, após a entrada e investimentos dos recursos do IPO. Além disso, existe o potencial de valorização rápida do capital investido, uma vez que a estreia da ação na Bolsa de Valores atrai muita atenção para a empresa.
O Economatica realizou um levantamento em 2020 mostrando que, das 113 empresas que fizeram IPO desde 2004, 72 apresentaram retornos superiores aos retornos do Ibovespa depois de dois meses da abertura de capital.
Isso significa que em 64% das vezes que um investidor entrou em um IPO, obteve ganhos maiores que o índice no período. Indicando que participar da abertura de capital de empresas se mostrou um bom investimento ao longo do tempo.
Lock-Up
Uma parcela relevante dos participantes que entram em IPO’s tem intenção de se desfazer do investimento ainda no primeiro dia de negociação, aproveitando da euforia em torno da estreia da empresa no mercado. Estes especuladores (os chamados “flippers”) geram uma alta volatilidade na ação em questão, de forma que muitas vezes a empresa dá preferência aos investidores que concordem em investir em suas ações por um período mais longo.
Para isso, a companhia determina um prazo de lock-up, no qual os investidores não poderão se desfazer dos ativos. A vantagem é que, em caso de uma demanda muito grande pelos papéis no IPO, o investidor que concordar com o lock-up geralmente terá preferência na alocação em caso de rateio.
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