Greenwashing
Hoje em dia a maioria das empresas listadas, se não todas, se dizem sustentáveis. O problema é que algumas companhias vestem a roupa ESG, demonstrando que se preocupam com temas ambientais e sociais, quando na verdade isso não passa de uma propaganda ambiental que visa camuflar os danos da companhia ao meio ambiente e bem-estar social.
O que é?
O termo, que na tradução literal significa “lavagem verde”, consiste em uma técnica de manipulação. É a tentativa de algumas companhias (ou até governos) de se mostrarem “verdes”, estabelecendo uma percepção enganosa de apoio ao meio ambiente. Assim, cria-se uma imagem positiva diante do mercado e do público em geral quanto à responsabilidade socioambiental da companhia, que não é fundamentada pelas práticas adotadas.
Com as pautas ESG ganhando cada vez mais relevância mundo afora, o interesse das empresas de se manterem engajadas com agendas sustentáveis vai além de uma questão que remete apenas à consciência. Construir uma imagem “ecologicamente e socialmente amigável” através de greenwashing pode fazer com que a companhia se livre de custos relacionados à responsabilidade com o meio ambiente, além da possibilidade de um aumento da popularidade de certos produtos e, principalmente, maior facilidade de acesso à capital, uma vez que existem “fundos verdes” e outros tipos de instituições financeiras que investem apenas em empresas que apresentam boas práticas ligadas aos temas ESG.
Como consequência, esses incentivos fizeram com que surgissem técnicas de marketing focadas em divulgar a preocupação das companhias com o desenvolvimento sustentável, uso de energias renováveis, diminuição de poluição e consumo de água, por exemplo.
Como identificar?
Existem alguns sinais que podem evidenciar uma tentativa de greenwashing. Em alguns casos a empresa pode assumir uma imagem “verde”, sem práticas que sustentem essa postura. Outra situação, mais grave, é quando uma companhia falsifica ou esconde informações relevantes para consumidores e/ou investidores.
Alguns dos principais tipos de manipulação são: (i) Omissão de malefícios, onde o produto pode conter danos à saúde/meio ambiente, que não são especificados; (ii) Produtos verdes/empresa suja, em que o produto pode até ser ecologicamente eficiente, mas provém de fábricas poluentes; (iii) Reconhecimento de entidades ou uso de selos/certificações não reconhecidos(as); (iv) Falta de clareza, através do uso de expressões vagas, como “eco-friendly”, “produto verde” e “amigo do meio ambiente”; (v) Informações irrelevantes, onde são exaltadas práticas que a empresa é obrigada a adotar.
Por fim, ressaltamos que a manipulação por greenwashing é suscetível a punição pelos órgãos fiscalizadores, mas você, consumidor e/ou investidor, também pode fazer sua parte se mantendo atento às embalagens e descrições de produtos e denunciando companhias que pratiquem tais infrações.
Eaí, gostou? Fique ligado para mais dicas!