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Como funciona um Long&Short?

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Rafael Winalda

Publicado 10/fev

Como funciona um Long&Short?

Uma estratégia de investimentos muito interessante são as operações Long&Short (L&S), nas quais os investidores podem arbitrar preços no mercado, capturando possíveis distorções e/ou reduzindo a volatilidade de uma determinada operação. Mas como funciona um L&S?

Uma posição Short (a venda)

Começando pelo o que é menos intuitivo aos investidores iniciantes, o mercado permite a possibilidade de apostar na baixa de preços, seja ela por quaisquer motivos, esperando que as cotações reduzam ao longo do tempo. Assim, uma maneira de ganhar com este cenário é “operar vendido”, situação por meio da qual o investidor vende uma ação que não possui e espera comprar no futuro a um preço mais baixos.

No mercado acionário, pera realizar uma operação short, o investidor precisa “alugar” as ações, isto é, “pegar emprestado” de algum investidor que possui as ações que tenciona vender. Nisto, paga-se uma taxa de aluguel ao titular das ações, que em muitos casos é pequena, e que depende da volatidade do papel, oferta e demanda, liquidez, entre outros.

Em um exemplo prático, peguemos uma ação X, precificada a R$ 10, onde acredita- se que no fim do próximo semestre seu preço será cotado em R$ 8. Suponha ainda que o custo do aluguel é de R$ 0,05 por ação. Caso este cenário hipotético se concretize, o investidor que “operou short” vendeu a ação a R$ 10 e a recomprou a R$ 8 no semestre seguinte, lucrando R$ 1,95 (R$ 2 menos R$ 0,05). Em caso contrário, se os preços se elevassem, a R$ 11,50 por exemplo, o prejuízo seria de R$ 1,55.

Uma posição Long (a compra)

A posição Long é mais comum e de mais fácil entendimento. A expectativa é “comprar barato e vender caro”, ou seja, espera-se uma alta de preços. Os motivos de uma posição Long podem ser os mais diversos, como uma melhora da economia e, por consequência, aumento das vendas de uma determinada empresa.

Vamos aos exemplos numéricos novamente. Caso o investidor acredite que o preço do petróleo será mais alto no mês que vem, implicando em melhore resultado para uma petrolífera, como 3R (RRRE) por exemplo, impulsionando então as suas ações, poderá comprá-la atualmente por R$ 45 e vendê-la por um preço maior, por exemplo R$ 60, lucrando então R$ 15 por ação.

A operação Long&Short

Assim, uma opção interessante é a arbitragem de preços operando em pares, abrindo uma posição Long e outra Short. Existem muitas estratégias interessantes, como operar pares do mesmo setor, com o investidor apostando em uma performance operacional melhor de Itaú do que Bradesco, por exemplo.

Outra estratégia é a minimização de risco. Abrir uma posição Long em Banco do Brasil e outra Short em Petrobras, com a crença do investidor de que ambas podem sofrer com o risco-político, acaba limitando este tipo de risco. O investidor pode esperar uma boa performance do Banco, mas caso o cenário de maiores intervenções do Governo ou algum outro risco político acabe se concretizando, o mercado pode precificar de forma negativa as empresas estatais. Assim, embora o investidor perca com a queda das ações de BBAS3, acaba obtendo resultado positivo com a posição Short na petrolífera.

Em resumo, o investidor pode ter diversas estratégias, operando distorções no mercado, se protegendo de riscos, ou acreditando em melhor ou pior performance de determinados ativos. São operações interessantes que podem alavancar o retorno dos investimentos. Mas, lembramos que são operações com um risco diferenciado e precisam estar adequadas ao perfil de cada investidor e ao seu portfólio.


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