O que é estrutura de capital?
A estrutura de capital é a proporção de capital próprio (equity) e de terceiros que a firma decide utilizar para financiar suas atividades e é uma das mais importantes escolhas que as empresas tem de enfrentar. Uma boa utilização da estrutura de capital é capaz de maximizar a rentabilidade e geração de valor ao acionista. Entretanto, uma má utilização pode destruir valor e até levar a empresa à falência.
Há várias formas de se visualizar a estrutura de capital de uma companhia. Ao dividirmos o patrimônio líquido pelo ativo total, por exemplo, teremos a proporção de capital próprio que está sendo utilizado para financiar as atividades.
% de capital próprio = (Patrimônio Líquido/Ativo Total) x 100
Qual o nível de alavancagem ideal para as firmas?
Ao contrário do que a intuição nos prega, alavancar a companhia é de vital importância para maximizar o retorno do acionista e há duas importantes razões para isso. Primeiro, o capital de terceiros tende a ser mais barato que o capital próprio. E, segundo, porque há benefício tributário em utilizar dívida no balanço. Isso acontece porque os juros incorridos pela empresa reduzem a base de cálculo do imposto de renda e contribuição social.
Benefício Fiscal = Juros da Dívida x (1- Alíquota de IR/CSLL)
Entretanto, quanto maior o volume de dívida contratado, maior tende ser as taxas de juros cobradas pelos credores. Adicionalmente o custo de capital próprio também se eleva, haja vista o maior risco incorrido pela empresa. Dessa forma há um nível ótimo do uso de capital de terceiros, que minimiza o Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC ou WACC) e maximiza o retorno ao acionista.
O gráfico abaixo ilustra bem a relação dívida, custo de capital e valor da firma.
O nível ótimo de estrutura de capital varia de empresa para empresa, de acordo com o contexto e modelo de negócios. Companhias de utilities, por exemplo, tendem a possuir maior alavancagem, uma vez que a maior previsibilidade de receita contribui com a manutenção de menor serviço da dívida.
ROE x ROIC
Uma forma interessante de analisar o uso da estrutura de capital de uma empresa é olhar para os indicadores ROE e ROIC.
ROE = (Lucro Líquido/Patrimônio Líquido)
ROIC = [Lucro Operacional x (1-aliquota IR/CSLL)]/ Investimentos
O ROE (Return on Equity) é o retorno que sobra para o acionista depois que a companhia já arcou com todos os custos/despesas operacionais, serviço da dívida e impostos. Já o ROIC (Return on Invested Capital) é o retorno da firma como um todo, que ainda será dividido entre credores e acionistas.
Companhias que apresentam ROE maior que o ROIC evidenciam um bom uso da estrutura de capital, já que, nesse caso, a alavancagem está possibilitando maior retorno ao acionista. Por outro lado, quando o ROE é menor que o ROIC as despesas financeiras estão corroendo geração de valor, de forma que o retorno final do acionista está sendo menor do que a companhia teria entregado sem a alavancagem.
Gostou?! Fique ligado para mais dicas.