Análise


O Mercado na Semana

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André Valério

Publicado 10/mai1 min de leitura

O Mercado na Semana

A semana foi marcada pela decisão do Copom, que gerou uma volatilidade excessiva no mercado com a dissidência nos votos. A bolsa brasileira encerrou com queda de 0,71% e o dólar subiu 1,66%. Já o S&P 500 avançou consistentemente ao longo da semana e fechou com alta de 1,85%.

Brasil

No Brasil, as atenções estiveram voltadas para a política monetária. Na quarta-feira, o Copom foi contra seu próprio guidance e desacelerou o ritmo de cortes, cortando apenas 25 pontos base, ao invés dos 50 pontos base observados desde o início do ciclo de cortes. A justificativa foi a piora do cenário externo, que aumentou a incerteza e pressionou o câmbio. Entretanto, a inflação, principal objetivo da política monetária, continua tendência de desinflação, com dinâmica bastante benigna, tendo variado 0,38% em abril, acumulando alta de 3,69% nos últimos 12 meses. Apesar da guinada no Copom, acreditamos que a inflação continuará permitindo cortes na taxa de juros, e antecipamos cortes de 25 p.b nas próximas reuniões, levando a Selic a 9,25% ao fim de 2024. Outro ponto de preocupação para a política monetária, o fiscal brasileiro surpreendeu em março com superávit de R$1,2 bilhões, fruto da melhora na arrecadação. Entretanto, a melhora na arrecadação ainda não é suficiente para reverter a trajetória de deterioração da dívida, que só será alcançada com o controle efetivo do crescimento de gastos.

Internacional

No âmbito internacional, os próximos passos do Fed continuam sendo o centro da atenção. Desde a divulgação do payroll abaixo do esperado na semana passada, os mercados estão menos estressados. O S&P 500 avançou consistentemente ao longo da semana, enquanto os juros de 10 anos americanos ficaram relativamente estáveis. Por outro lado, o dólar valorizou, mas mais por conta dos eventos domésticos do que por eventos externos. Como a decisão do Copom foi dividida, com os indicados pelo atual governo votando por manter o ritmo de cortes em 50 p.b, há a leitura de a nova gestão do banco central, a ser iniciada em 2025, será mais alinhada ao governo, o que levou a um estresse nas curvas de juros e, consequentemente, no câmbio.

Próxima Semana

Na próxima semana, as atenções estarão voltadas para a divulgação da Ata do Copom, na terça-feira, com a expectativa de maiores detalhes sobre os motivos por trás da decisão do Copom na última quarta-feira. Além disso, teremos a consolidação dos dados de atividade, com a divulgação do volume de serviços na terça e do IBC-Br na quarta. Finalmente, nos Estados Unidos, as atenções estarão voltadas para divulgação da inflação de abril na quarta-feira, fundamental para antecipar os próximos passos do Fed.


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