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Análise | Resultado Fiscal | Mar24

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Rafaela Vitória

Publicado 06/mai1 min de leitura

Governo registra superávit consolidado de R$1,2 bilhões em março

O resultado foi ligeiramente acima da expectativa devido ao superávit nos estados e municípios. Com isso, o déficit acumulado em 12 meses teve a primeira redução desde o início do governo, de 2,4% para 2,3% do PIB. A principal surpresa positiva no primeiro trimestre foi a elevação da arrecadação acima do esperado. Com isso, revisamos nossa expectativa para o déficit primário no ano de 0,9% para 0,7%. O cenário segue bastante desafiador para o cumprimento da meta de zerar o déficit ainda em 2024.

No governo central, o déficit foi de R$1,9 bilhões, também acima da expectativa de déficit de R$5,1 bilhões. A surpresa positiva continua sendo pelo lado da arrecadação que, no trimestre, teve alta de 9% acima da inflação, em relação ao mesmo período no ano anterior. Por outro lado, as despesas continuam apresentando alta, +6% no trimestre, excluindo o pagamento antecipado dos precatórios em fevereiro. O principal fator para a alta continua sendo o crescimento mais acelerado dos gastos obrigatórios, principalmente com a previdência e o BPC.

O resultado dos estados e municípios foi novamente superavitário em março em R$3,4 bilhões e acumula R$34,6 bilhões no primeiro trimestre de 2024, 19% superior ao mesmo período no ano passado. Assim como no governo federal, a arrecadação estadual tem tido recomposição com a elevação de alíquotas e melhora na economia, mas diferentemente do governo central, as despesas dos entes regionais não têm crescido de modo acelerado.

A elevada despesa com juros, que acumula R$746 bilhões em 12 meses, continua impactando o déficit nominal e acelerando o crescimento da dívida bruta, que em fevereiro chegou a 75,7% do PIB, com crescimento também da dívida líquida para 61,1%.

Perspectiva para 2024

A melhora na arrecadação ainda não é suficiente para reverter a trajetória de deterioração da dívida, que só será alcançada com o controle efetivo do crescimento de gastos. Mesmo com a revisão positiva, nossa expectativa ainda é de um déficit de 0,7% no ano, longe da meta 0.


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