Análise


Bom dia, Inter! 06/02/2024

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Gabriela Joubert

Publicado 06/fev

Powell desanima mercados, China interfere no mercado e incumbentes impulsionam Ibovespa.

A reprecificação da trajetória dos juros norte-americanos, reforçada pela fala de Powell, vem influenciando os juros das Treasuries e os ativos de riscos. Mercado acompanha fala de outros dirigentes do FED hoje, que devem confirmar a mensagem mais hawkish. Aqui, investidores monitoram
balanços corporativos e Ata do Copom sobre reunião que levou Selic a 11,25%.

Estados Unidos

Os índices norte-americanos encerraram em queda ontem, pressionados pelo avanço dos juros das Treasuries, após dados macro mais fortes que o esperado darem combustível para as apostas mais hawkish dos juros. Após a fala mais incisiva de Powell sobre especulação quanto a cortes de juros na próxima reunião, mercado reduziu de 46% para 15% as apostas de redução em março. Dados de Serviços vieram bem cima das expectativas, assim como novos pedidos. Hoje, futuros estavam de lado e os juros das Treasuries sem direção definida.

Mundo

Na Ásia, as bolsas chinesas tiveram dia de forte alta, com alguns índices avançando mais de 3%, após o governo federal anunciar um pacote de medidas visando amenizar as recentes pressões sobre o mercado de capitais. Dentre elas, governo proibiu vendas a descoberto de alguns fundos de hedge e o fundo soberano chinês passa a aumentar exposição a alguns ETFs. Ainda, o presidente Xi deverá ter reunião com reguladores para tratar dos próximos passos. No Japão, o Nikkei recuou, em meio à realização de lucros, enquanto investidores monitoram balanços da temporada. Na Europa, bolsas sobem, impulsionadas pela BP, além do otimismo vindo da China, mas o bom-humor é limitado pela releitura dos juros nos EUA. Ações do UBS recuam, com balanço e após o banco confirmar conclusão da fusão com Credit Suisse.

Brasil

O Ibovespa encerrou em alta ontem, descolado dos pares, impulsionados pelos papéis de Itaú e Bradesco e expectativas de balanços fortes. Ontem, os presidentes da Câmara e do Senado, Lira e Pacheco, apresentaram a agenda para o ano, com falas sobre a reforma tributária e regulamentação de AI, além de algumas alfinetadas ao Governo sobre vetos presidenciais e reforço de Lira sobre a reforma administrativa. Hoje, mercado digere Ata do Copom que decidiu sobre manutenção do ritmo de cortes de 0,5 p.p. na Selic e deve reforçar a atual desancoragem das expectativas e necessidade de cautela por parte da autoridade monetária.

Abertura

Na abertura, o índice DXY estava de lado, assim como os futuros em Wall Street. Os juros das Treasuries operavam sem direção definida. Petróleo tem leve alta, com possível cessar- fogo em Gaza, mas minério de ferro recua, ante receios de demanda na China e vinda do feriado lunar.

O que esperar?

Os mercados em alerta lá fora e a pressão dos juros das Treasuries, podem trazer algum limite para o otimismo local, que se beneficia da temporada de balanços. As commodities mistas devem trazer volatilidade ao pregão.


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