VIVA3 - Vivara

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30 de novembro, 00:00:49 UTC · BRL · BVMF

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A Vivara é maior rede de joalherias do Brasil e, mesmo com a pandemia, vem apresentando resultados sólidos nos últimos trimestres. O plano de expansão orgânica, além do aumento do mix de produtos vem contribuindo para o ganho de fatia de mercado, tanto no online quanto nas lojas físicas. Para efeito de comparação, o market share do ecommerce é algo próximo a 50% e o das lojas físicas supera os 15%.

Outro ponto positivo é a operação ser verticalizada, ou seja, não apenas comercializa, mas fabrica as joias. Atualmente, cerca de 80% da produção é própria, fator importante, em nossa opinião, uma vez que a Companhia consegue gerir melhor os insumos (ouro, prata, pedras preciosas) e atuar na eficiência do mix de produtos.

Aliás, falar sobre insumos aqui é imprescindível. Desde 2020, as pedras e metais preciosos enfrentam disparada de preços. No entanto, a Vivara possui mais resiliência frente aos peers dada sua capacidade produtiva. Como possui estoque de insumos elevado, o grupo se dá ao luxo de realizar compras oportunísticas, abaixando o custo médio de estoque em um momento onde as concorrentes sofrem com o repasse de preços. Além disso, a Vivara pode derreter as peças de menor aceitação, refazendo-as de acordo com às tendências da moda.

Sobre o plano de expansão da Companhia, acreditamos na força da marca. O mercado brasileiro é fragmentado, com inúmeros concorrentes informais e poucas joalherias com escala. Nesse cenário, a presença de Vivara é soberana frente aos pares, alcançado quase um triplo de lojas a mais sobre a segunda maior joalheria. Com presença em mais de um terço dos shoppings, a Companhia se aproveitou da pandemia para se reposicionar melhor dentro dos pisos. A troca por espaços mais bem localizados, e/ou maiores, ainda não capturou todo o potencial de crescimento de receita, em nossa visão.

A Vivara poderia se aproveitar ainda de um crescimento inorgânico. O cenário mais desafiador para as concorrentes pode enfraquecê-las perante a Companhia. Com isso, a empresa poderia atuar com estratégias de M&A, buscando tanto um posicionamento de alto luxo, quanto um mais popular. Embora, reconheçamos essa possibilidade, hoje ela não es’t’á incorporada em nossos modelos. Portanto, um movimento nesse sentindo exigiria uma revisão de case, com possibilidade de valorização extra.

Por outro lado, apesar de resiliente, o cenário macroeconômico adverso é um vento contra a Companhia. O fato de sofrer menos que as concorrentes, por todos os motivos citados, não exclui a dificuldade de se gerir uma empresa de consumo discricionário nesse momento. Com isso, uma piora nos dados econômicos podem enfraquecer as margens e a capacidade de faturamento. Ademais, a pressão inflacionária nos aluguéis e despesas com pessoal também podem impactar a capacidade de expansão de Vivara.

Análise completa

Inter Research - Vivara Resultado 2T23.pdf

A Vivara divulgou sólidos resultados no trimestre, com avanço consolidado de 10,6% nas vendas em mesmas lojas (SSS) e market share de 18,3% no mercado brasileiro. A estratégia de expansão segue em bom ritmo, na contramão da maioria das empresas varejistas e apesar do cenário macro. Enxergamos essa estratégia com bons olhos e a interpretamos como uma percepção positiva do management com relação ao momento da companhia – e que os números confirmam.

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Breno de Paula

CNPI-P, CGA, Coordenador de Equity Research

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