PETR4 - Petrobras
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04 de dezembro, 00:00:49 UTC · BRL · BVMF
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1,06%Petrobras: Um dos maiores cases de turnaround.
A pauta de Óleo e Gás (O&G) tem sido um tema relevante nas discussões globais, em razão dos impactos do Covid, gargalos de oferta, conflito entre Rússia e Ucrânia, desbalanceamento entre oferta e demanda nos principais mercados mundiais, agenda ESG e suas derivadas na alocação de capital no setor. Mas, o somatório de todas estas variáveis tem quais implicações para a Petrobras?
Dividimos a tese de investimentos em 4 pilares: i) alto preço do petróleo. A queda dos investimentos no segmento de O&G tem sido notória mundo a fora, o que se desdobra em escassez do produto e elevação do seu preço de equilíbrio. ii) Pré-sal, a parte mais nobre da produção. A produção deve continuar em franca ascensão, visto o robusto plano de investimento da empresa, principalmente focado no Pré-sal, onde tem óleo de qualidade e com baixo custo de extração. iii) Manutenção da atual política de preços. A Petrobras, apesar dos recentes pesares, conseguiu manter a política de repasse de preços, seguindo principalmente as referencias internacionais, o que gera bastante previsibilidade e minimizando outras manobras políticas. Iv) O somatório destes, em nosso entendimento, resultará na manutenção de uma empresa lucrativa, o que também se desdobrará em pagamento de dividendos.
Assim, entendemos que a Petrobras (PETR4) tem uma boa oportunidade de entrada, com preço alvo em R$ 46/ação, visando o final de 2023.
Análise completa
Resultados sólidos, mais uma vez.
A Petrobras entregou mais uma vez resultados sólidos. Um EBITDA de quase R$ 57 bi, 7% abaixo do que esperávamos, mas ainda bastante expressivos, em conjunto a um lucro líquido de R$ 29 bi, em linha com as expectativas. Destaque para o segmento de exploração e produção, que apresentou bons números, contrabalanceado pelas refinarias, que tiveram redução de margens. A política de dividendos foi alterada, mas entendemos que a empresa ainda seguirá com forte distribuição aos acionistas, sendo uma opção aos que visam uma carteira neste perfil.
Mantemos nossa recomendação neutra para Petrobras, com preço-alvo em R$ 49/ação, visando o final de 2024, considerando que temos visto defasagem dos preços dos combustíveis aplicados pela empresa quando comparados aos níveis nos mercados internacionais, o que levanta questionamentos sobre a política de paridade, podendo levar a retração das margens da companhia.
Resultado Consolidado. O EBITDA reportado pela Petrobras somou quase R$ 57 bi, quedas de 22% t/t e 40% a/a, e 7% abaixo das nossas expectativas. Mas, entendemos que os resultados continuam robustos. Os principais drivers que contribuíram para a queda no período foi o arrefecimento do Petróleo Brent e a queda de mais de 40% do crack spread (margem das refinarias) no mercado internacional. O lucro líquido contabilizou R$ 29 bi, em linha com as nossas expectativas, compensado pelo forte resultado financeiro.
Resultado por segmento. A parte de exploração e produção contabilizou um EBITDA de R$ 49 bi, quedas de 14% t/t e 38% a/a, explicados pelo arrefecimento do petróleo Brent e menor produção no período. O custo de extração foi reportado em R$ 5,96/barril, aumento de 8% vistos aos maiores gasto com inspeções submarinas. A parte de refino apresentou um EBITDA de R$ 8 bi, queda de 36% t/t, reflexo da queda do crack spread, contrabalanceada pelos maiores volumes de venda de gasolina. Por fim, o segmento de gás e energia apresentou um EBITDA de 2,5 bi, queda de 36% t/t, impactados tanto pela queda do preço de venda, bem como menor volume.
Investimentos e dívida. Os investimentos do 2T23 somaram R$ 3,2 bi, elevação de 31% t/t e 6% a/a, devido a investimentos no pré-sal e bônus de assinatura dos campos Sudoeste de Sagitário, Água Marinha e Norte de Brava. A dívida líquida foi contabilizada em US$ 58 bi, elevação de 8% t/t, enquanto a dívida líquida foi de US$ 42 bi +12% t/t, explicada pelos arrendamentos de navios produtores.
Dividendos. A empresa divulgou uma nova política de dividendos, alterando de 60% para 45% o percentual a ser distribuído do fluxo de caixa operacional decrescido dos investimentos do período. Diante disto, a empresa distribuirá quase R$ 1,15/ação, com a primeira parcela no valor de R$ 0,574652 por ação sendo paga em 21 de novembro de 2023, e a segunda parcela, no valor de R$ 0,574652, em 15 de dezembro de 2023.
Rafael Winalda
CNPI, Analista de Equity Research