ENBR3 - Energias do Brasil
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22 de agosto, 00:00:49 UTC · BRL · BVMF
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A Energias do Brasil é uma das maiores empresas de energia do setor. Com presença em todas as regiões do Brasil, e atuação em todos os segmentos da cadeia elétrica, a companhia detém uma base de ativos, expressiva e bastante diversificada. Com a melhora do cenário hídrico, a expectativa é de um melhor desempenho para os seus ativos de geração, através da retomada de suas margens operacionais. No segmento de transmissão, a Energias do Brasil possui 6 empreendimentos, totalizando uma rede de 2.526 Km em linhas de transmissão. Além de se tratar de um modelo de negócio mais resiliente, em transmissão a EDP segue apresentando um bom histórico de crescimento inorgânico, como através da aquisição da Celg-T, visando expandir o seu portfólio. Em Distribuição, o seu carro-chefe, a companhia possui três operações, sendo dois braços de distribuição em São Paulo e no Espírito Santo, além de deter 29% de participação da Celesc, em Santa Catarina. Por se tratarem de empreendimentos localizados em alguns dos principais centros econômicos do país, este seu segmento é caracterizado por apresentar operações robustas, e com espaço para desenvolvimento. Por fim, a ENBR3 também se torna uma boa opção para dividendos, com um yield esperado para o final de 2022 em torno de 10%.
Desta forma, reforçamos a nossa recomendação de Compra em ENBR3, com preço-alvo de R$24/ação para o final de 2022.
Análise completa
A despedida da bolsa?
A Energias do Brasil entregou bons números no primeiro trimestre do ano. O destaque positivo foram as distribuidoras, com avanço no número de clientes e no volume de energia entregue em São Paulo e Espírito Santo. O segmento de geração foi afetado pela renovação de contratos a preços mais baixos e a transmissão teve desempenho positivo com a entrada em operação de novos projetos. Com a Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA) em andamento, mantemos nossa recomendação de Neutro para Energias do Brasil (ENBR3), e recomendamos a aceitação da oferta pois a vemos como positiva dado o preço de R$ 23,73/ação.
Segmentos operacionais. O EBITDA Regulatório de Distribuição foi de R$ 416 mm, aumento de 1,2% a/a com (i) o reajuste tarifário da EDP SP (+10%) e (ii) evolução no volume de energia distribuída (+0,8% na EDP SP e +2,9% na EDP ES). No segmento de geração hídrica, destaca-se a queda de 16% no EBITDA devido a venda da UHE Mascarenhas no final de 2022, além da renovação de contratos a preços menores no mercado de curto prazo, com reservatórios cheios e cenário hidrológico mais favorável. A geração térmica em Pecém apresentou redução de 5,6% no EBITDA, em decorrência da marcação a mercado do estoque de carvão e consequente redução no valor recuperável. O segmento de transmissão apresentou EBITDA regulatório de R$ 188 mm, avanço de 161% a/a com a entrada em operação de projetos ao longo de 2022.
Resultado consolidado. O EBITDA recorrente da empresa ajustado pela (i) conversão do padrão IFRS para o regulatório no segmento de transmissão; e (ii) atualização do ativo financeiro (VNR) foi reportado em R$ 1,1 bi, crescimento de 6% a/a. Os custos PMSO recorrentes tiveram aumento de 10,6% a/a, com maiores gastos com pessoal decorrente de novos projetos e reajuste salarial, além maiores despesas com serviços de terceiros para combate a fraudes e inadimplência nas distribuidoras. Por fim, com uma piora do resultado financeiro (+17% a/a), o lucro líquido ajustado foi reportado em R$ 486 mm, queda de 7% em relação ao 1T22.
Rafael Winalda
CNPI, Analista de Equity Research