CEAB3 - C&A
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04 de dezembro, 00:00:49 UTC · BRL · BVMF
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A C&A é uma das mais populares redes de vestuário no Brasil, com market-share aproximado de 4%. A Companhia atende todos os públicos em roupas, além de oferecer produtos eletrônicos e perfumaria. Analisando o público-alvo, mix de produtos e área de vendas por loja, acreditamos que a C&A foca no consumidor de classe C e B do mercado brasileiro. Rivalizando principalmente com: Renner e Riachuelo.
Por esse prisma podemos considerar que C&A atua no público mais afetado com a deterioração dos dados macroeconômicos e, por isso, os próximos resultados vão exigir muito esforço do management em busca de rentabilidade.
O ponto positivo desse case são as iniciativas implementadas nos últimos anos e que ainda estão em processo de ramp up. Dessa forma, acreditamos que a empresa diminuirá os gargalos logísticos e os níveis de ruptura, garantindo eficiência operacional e maiores níveis de satisfação do consumidor.
Notamos que o gap entre a operação logística da Companhia e suas principais concorrentes já vem se fechando. Os processos manuais e com maior margem de erro vem sendo substituídos por automatização. A otimização do novo software dos sistema Push & Pull, prevista para o final de 2022, deverá consolidar o conceito de ominicanalidade da C&A, já que a inteligência artificial capturará informações de todos os processos, subsidiando estratégias nos canais on e off.
Na esfera digital, a Companhia também apresenta grande vantagem. O app da C&A é o mais baixado dentro do segmento de moda no Brasil. Por essa posição de vanguarda, as iniciativas de omnicanalidade: Clique e retire, Corredor Infinito, Vendas WhatsApp são oportunas.
Por outro lado, uma piora nos dados macroeconômicos, para além do projetado, pode dificultar a capacidade de repasse de preços e demanda, afetando a rentabilidade da Companhia. Além disso, o mercado de e-commerce, embora promissor, ainda é subpenetrado. Isso quer dizer que a disputa por market share deve ser acirrada, já que outros players também almejam essa posição de líder no mercado digital de moda.
Análise completa
Design moderno
A companhia divulgou resultados mistos, levemente acima das nossas expectativas. O frio antecipado no 2T e persistente no 3T também foi sentido na demanda dos consumidores. Com o guarda-roupa abastecido, houve demanda reprimida e baixa conversão da coleção primavera-verão já presente nas lojas. Por outro lado, a captura de rentabilidade proveniente do modelo push-pull adotado no ano passado escala numa velocidade acima do projetado.
O cenário macro ainda é desafiador, sobretudo se considerarmos que o público-alvo segue na faixa mais afetada pela inflação. A companhia reafirma sua visão cautelosamente otimista para último trimestre, equilibrada entre as alavancas de crescimento e avanços logísticos, com o possível impacto de menos horas disponíveis de loja para o cliente durante os jogos do Brasil em novembro e dezembro na Copa do Mundo. Nossa recomendação é neutra, com preço alvo de R$ 3,7/ação.
A C&A reportou receita líquida de R$ 1.408 mm (+5,1% a/a), pressionada pela temperatura mais baixa e no desempenho de Fashiontronics, sobretudo pela baixa demanda em smartphones. A receita de serviços financeiros, embora pouco representativa, teve performance notável causada pelo crescimento da operação do C&A Pay. A margem bruta consolidada foi de 49,3% (+4,5 p.p. a/a e +2,3 p.p. Inter Research) e surpreendeu, em função da estratégia de precificação dinâmica e da assertividade no sortimento em lojas.
As despesas operacionais somaram R$ 499 mm (-0,5% a/a), principalmente em função da recuperação de créditos fiscais. Todavia, excluindo esse efeito, as despesas operacionais estariam em linha com a estratégia de crescimento da companhia e seguem abaixo da inflação acumulada no período. O EBITDA foi de R$ 174 mm (+77,8% a/a e 15,4% acima das nossas expectativas), com margem EBITDA de 12,4% (+5,9 p.p. a/a), em função da eficiência operacional.
O resultado financeiro foi um prejuízo de R$ 102 mm, em razão do aumento das despesas com juros em consequência da Selic elevada. A linha impactou o bottom line, causando prejuízo líquido de R$ 61 mm e revertendo o lucro de R$ 244 mm na mesma base do ano passado. No entanto, no 3T21 houve um crédito fiscal importante e não recorrente, que excluído culminaria em prejuízo de R$ 54 mm no período.
A C&A gerou caixa de R$ 159 mm (+86,4 % a/a) com melhora no capital de giro, principalmente na conta Fornecedores onde houve redução do prazo de recebimento.
O múltiplo EBITDA/Dívida Líquida UDM próximo de 3,2x continua um ponto de preocupação, porém a alavancagem operacional vem diluindo o múltiplo.
Avanços em ESG
- Não houve entrada em índices ou prêmios relacionados à agenda ESG.
- Com o objetivo de promover a circularidade, a companhia lançou a coleção Eco ACE, voltada para moda esportiva. Uma linha sustentável, 100% produzida com tecidos provenientes do fio de garrafa PET reciclável.
- Também foi anunciada uma parceria com a AMBEV para confecção de manequins feitos 100% de polietileno reciclado.
- No objetivo de promover diversidade e equidade a C&A promoveu junto ao instituto C&A a coleção Identidades, que busca apresentar a pluralidade do povo brasileiro.
- Com o intuito de acelerar a empregabilidade de jovens profissionais negros e indígenas na indústria, foi criada a plataforma MinhaCarreiraNaModa.
- Não houve iniciativa relevante em governança
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Breno de Paula
CNPI-P, CGA, Coordenador de Equity Research