Juniors de O&G são bons veículos para investir em 2023
Na última semana, tanto a Prio (PRIO3), quanto a 3R (RRRP3), divulgaram seus relatórios de certificação de reservas. Este é um parecer de um agente independente que avalia a quantidade de reservas de O&G que as empresas possuem. Utilizamos estes números como base em nossa modelagem, fazendo alterações na curva de produção, aplicando um desconto, e nos preços projetados, refletindo as nossas expectativas.
Prio, em nossa visão, divulgou excelentes números, com expansão das reservas, crescimento da curva de produção, queda do capex necessário, entre outros, o que nos fez revisar seu preço-alvo para R$ 55/ação, com recomendação de compra para o final de 2023. Por outro lado, 3R reportou queda em seu nível de óleo, apesar da alta em suas reservas de gás, mas com uma curva de produção menor ante ao relatório anterior, de modo geral, o que nos levou a uma alteração de preço de R$ 74/ação anteriormente para R$ 69 agora, mas ainda mantemos recomendação de compra. Acreditamos que o mercado permanece cético com a empresa, visto as suas últimas entregas de resultados e números aquém do esperado. Mas, entendemos que ao longo de 2023 esta situação se inverterá, o que faz de 3R uma boa oportunidade para investir.
Entendemos ainda que existe muita volatilidade e incertezas quanto ao futuro do preço do petróleo. Desaceleração econômica nos EUA, reabertura da economia chinesa, corte de produção da OPEP+, todos os desdobramentos quanto à Rússia e outros fatores, mas ainda permanecemos com nosso call de barril de petróleo em US$ 80 para 2023, recuando gradualmente para US$ 65/barril a partir de 2026.
Prio: a nova queridinha?
A Prio divulgou seu relatório de certificação de reservas nesta semana, no qual, em nossa opinião, avaliamos como positivo, visto que a empresa conseguiu crescer suas reservas de barris de petróleo, aumentar sua curva de produção e diminuir o custo incremental de barril, sendo uma redução no capex considerável de 11% na curva 2P.
Em relação às reservas, destacamos a grande evolução de Albacora Leste, crescendo 2P em 13%, sendo mais de 400 mm de barris só deste campo, sua última relevante aquisição, até então. Em seguida, destacamos Frade, campo bastante promissor, uma vez que tem apresentado excelente evolução em suas operações de perfuração e implemento da metodologia Prio, onde cresceu cerca de 64% ante o último relatório. Assim, a Prio atingiu uma reserva 1P de 547 mm de barris e 2P de 747 mm de barris, respectivos crescimentos de 27% e 16%.
A curva total de produção para este ano (2023) cresceu cerca de 19%, além de ter boa performance nos anos seguintes, conforme gráfico a seguir. Os destaques também são para os campos Albacora Leste e Frade. Neste último, destacam-se dois poços, MUP3A e ODP4, os quais têm apresentado bons números e não estavam comtemplados em nossa modelagem anterior.
O investimento necessário para atingir a curva 2P diminuiu cerca de 11%, diferentemente da PetroReconcavo, onde estes números aumentaram consideravelmente. A curva de investimentos para os próximos anos é sensivelmente menor, o que alavanca o retorno dos projetos.
Assim, nosso parecer é positivo para os números apresentados pela Prio, onde agora a elegemos como a melhor escolha para se expor a petróleo no Brasil, com uma recomendação de compra, visando o final de 2023, com um novo preço-alvo em R$ 55/ação, versus os R$ 40 anteriores.
A atualização é devido ao incremento da curva esperada de produção, menor necessidade de investimentos para atingi-la, uma nova taxa de desconto de 13,1% (aumento de 1 p.p.), refletindo nossas novas premissas macroeconômicas.
3R
Em nossa opinião, os números apresentados pela 3R foram abaixo do reportado pela Prio, mas superiores aos da PetroReconcavo. As reservas de petróleo 2P da empresa atingiram cerca de 454 mm de barris, queda de 5% ante ao último relatório reportado. Recôncavo, um de seus campos mais relevantes, regrediu cerca de 16%, já Potiguar possui atualmente cerca de 287 mm de barris, seu maior ativo, com oscilação de -4%. Por outro lado, as reservas de gás expandiram-se cerca de 11%, com destaque especial para Recôncavo, evoluindo 117% a/a.
Desta forma, a curva de produção foi consideravelmente afetada, principalmente a curva de petróleo, que cai cerca de 20% entre 2023-25, amenizando em seguida. Por outro lado, no mesmo período em questão, a curva esperada de gás cresce, em média comparado ao relatório anterior, cerca de 50%. Aqui, vemos importante opcionalidade para a companhia, visto que gás pode ser uma avenida de crescimento para a empresa.
Assim, incorporamos os novos números ao nosso valuation, levando em consideração uma curva de produção menor para óleo e maior para gás, bem como atualizamos a taxa de desconto para 14,5% (13,6% anterior) e atualizações nas premissas macroeconômicas, o que nos retornou um novo preço-alvo de R$ 69/ação (R$ 74/ação anterior), e mantemos a recomendação de compra, visando o final de 2023.