Expansão sustentável
Revisamos as nossas estimativas para Omega e atualizamos o nosso modelo de fluxo de caixa descontado, de forma a incorporar: (i) as recentes aquisições e o aumento de capital realizado pela companhia; (ii) nossas premissas macroeconômicas atualizadas; (iii) uma revisão em seu crescimento orgânico e ;(iv) transferência do horizonte de investimento do final de 2022 para o final de 2023. Desta forma, reiteramos o preço- alvo de R$ 15/ação YE23, reforçando a recomendação de Compra para MEGA3.
Tese de Investimento
Com um portfólio 100% composto por ativos de geração renovável, a empresa apresenta cerca de 90% de sua capacidade instalada concentrada em geração eólica. Apesar de se tratarem de uma alternativa para as geradoras mitigarem a sua exposição ao risco hidrológico, ativos eólicos também estão fortemente expostos a fenômenos climáticos, como a disponibilidade de ventos em determinadas época e região.
Com participação em quatro complexos, a empresa possui também ativos de geração hidrelétrica e fotovoltaica, porém em menor quantidade. Ao todo, são 868 MWm de Garantia Física, em torno de 923 MWm. A companhia obteve um robusto crescimento desde sua abertura de capital, em 2017, tendo expandido a sua capacidade instalada inicial em até 7x, valor que atualmente registra 1.963 MWm.
Recentemente, a empresa anunciou a celebração de um acordo de acionistas realizado com a Actis LLP, um fundo global de private equity, focado em investimentos de infraestrutura em fontes renováveis. Com a entrada da Actis, a Omega também anunciou um aumento de capital, que será utilizado como reforço para seus empreendimentos em construção. Além de Assuruá 4 e 5, dois parques eólicos localizados na Bahia, com capacidade potencial de 455 MW, a empresa anunciou recentemente o seu primeiro empreendimento fora do país, Goodnight, complexo eólico localizado no Texas, com 531 MW de capacidade potencial, e um capex previsto em até US$ 430 mm. Ao todo, a companhia apresenta em seu pipeline de curto prazo, uma adição de até 1.414 MW.
Riscos
Um dos fatores que mais implica em risco para a operação da Ômega envolve variações climáticas. Com um cenário de incidência de ventos abaixo da projeção esperada para seus ativos, uma quantidade insuficiente de energia gerada pode fazer com que a companhia tenha que recorrer ao mercado de compra de energia, penalizando o seu desempenho. Riscos adicionais que podem comprometer a sua operação envolvem alterações em aspectos macroeconômicos, como por exemplo um aumento da taxa de juros, dado que a companhia apresenta dívida bruta elevada e um forte índice de alavancagem.
Prévia do 3T22
Nossas expectativas são de uma performance neutra para a companhia no 3T22. O terceiro trimestre historicamente se apresenta como o trimestre mais seco do ano, o que favorece a incidência de ventos no Nordeste, região onde estão concentrados os ativos da Omega. Entretanto, quando analisado via comparação anual, este ano apresentou um volume superior de chuvas do que os anteriores, o que pode prejudicar a disponibilidade de recursos.
Dados estes fatores, a Omega reportou em seu release operacional um volume de geração de 1.947 GWh, 2% inferior ao registrado no ano passado. Sendo assim, Para este período, nossas expectativas são de um forte avanço na comparação trimestral, mas em linha com o 3T21, mesmo com o crescimento obtido em seu portfólio no meio tempo, o que aponta um desempenho operacional abaixo do esperado.
Portanto, projetamos uma receita operacional líquida para o período no valor de R$ 485 mm (+6,7% a/a) seguida por um EBITDA de R$ 257 mm (+3% a/a), o que reflete em uma perda de 2p.p. em sua margem, totalizando 53%.
Por fim, nossa expectativa de resultado líquido é de R$ 53 mm, versus um prejuízo de R$ 26 mm registrado 3T21, impactado por um forte deterioramento de seu desempenho financeiro na época.