Renda Fixa


Títulos públicos: O que são?

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Rafael Winalda

Publicado 11/set

Resumo:

/ Os títulos públicos (TP) são títulos de renda fixa emitidos pelo Governo, o que em outras palavras seriam a dívida do Brasil.

/ Dentre as modalidades, temos os pré-fixados e os pós-fixados, somado a uma terceira que nomeamos de híbridos.

/ Cada investimento tem sua particularidade, nas quais estratégias diferentes podem ser adotadas.

/ Fizemos um relatório abordando as principais alocações em renda fixa para o segundo semestre de 2024, e nele mostramos que o IPCA+ ainda é a escolha mais rentável, considerando a oportunidade com taxas acima dos 6%.

Os títulos públicos (TP) são títulos de renda fixa emitidos pelo Governo, o que em outras palavras seriam a dívida do Brasil. A utilidade deles é bem ampla, como ajudar a financiar os gastos públicos, uma vez que o país possui serviços como saúde, educação, segurança, entre outros, bem como são um instrumento de política monetária e proveem liquidez para a economia. Assim, ao comprar um título publico o investidor tem a garantida do Governo, que pagará o valor investido na data acordada, além dos juros. No mercado, eles são considerados isentos de risco de crédito, visto tal chancela governamental, assim são chamados também de ativos livre de risco.

Dentre as modalidades, temos os pré-fixados e os pós-fixados, somado a uma terceira que nomeamos de híbridos. Os títulos pré, intuitivamente, tem sua taxa definida no ato da compra, o que torna o retorno já conhecido.

Os pós-fixados, por sua vez, possuem um indexador definido no ato, como por exemplo a taxa Selic. Imagine um investimento em um Tesouro Selic, com vencimento em um ano. O retorno será o valor aplicado mais a Selic deste período. Atualmente a taxa Selic se encontra em 10,5% a.a., mas ela pode variar, conforme a política monetária do Banco Central.

Em seguida, os híbridos, como o IPCA+, que possuem um indexador e uma taxa definida no ato da compra. Há quem os categorize também como pós-fixados. Mas o fato é que o retorno deste investimento será o acumulado do indexador, neste caso o IPCA, mais a taxa predefinida, 5%, 6%, 7% ou a qual for.

Além destes, o governo lançou recentemente outros títulos no mercado, com o intuito de incentivar a população a investir. Um deles é o chamado Tesouro RendA +, que também é um IPCA+, mas destinado àqueles que querem complementar sua aposentadoria. Mas diferentemente dos demais títulos, você irá resgatar seu investimento em 240 parcelas, recebendo, assim, um valor mensal durante 20 anos.

Por fim destacamos também o Tesouro Educa+. Esta modalidade tem um funcionamento parecido com o RendA+, no que tange à forma de resgate (programada, em parcelas, ao longo de cinco anos. Com este prazo mais curto, acaba sendo uma excelente opção para aqueles que visam guardar dinheiro para pagar por seus estudos ou os estudos dos seus filhos. Veja na página do Tesouro Direto um simulador.

Existe algum investimento melhor do que o outro?

Não. Cada investimento tem sua particularidade, nas quais estratégias diferentes podem ser adotadas.

Mas qual é de fato o risco?

Como dito, não existe risco de crédito, tanto o rendimento quanto o valor aplicado serão recebidos nas datas acordadas. Entretanto, nos investimentos pré e híbridos existe o risco de oscilação de juros, o que pode impactar o valor aplicado inicialmente ao longo do tempo. Mas, vale ressaltar que, apesar das possíveis oscilações ao longo do tempo, o investidor que carregar seu título até o prazo final receberá o valor total aplicado mais a remuneração prevista.

O risco de juros funciona da seguinte maneira. Se investirmos em um título com uma taxa pré e os juros subirem logo após a aplicação, o valor do investimento pode diminuir para compensar a alta dos juros.

O inverso também é verdade, caso as taxas caiam, o investimento pode valorizar. Entretanto, caso o resgate só aconteça no vencimento, o investidor receberá o acordado, uma vez que não existe risco de crédito, como dito. Então, ao aplicar neste ativos, é importante avaliar a disponibilidade em que pretende deixar o investimento de fato aplicado.

E o quanto rendeu?

Fizemos um relatório abordando as principais alocações em renda fixa para o segundo semestre de 2024, e nele mostramos que o IPCA+ ainda é a escolha mais rentável, considerando a oportunidade com taxas acima dos 6%.

Entretanto, ressaltamos que no ano o CDI detém a melhor performance, com acumulado de 6,5% no período. O Brasil se encontra em um processo de redução da sua taxa básica de juros (Selic), que se encontra atualmente em 10,5%, o que influencia diretamente no retorno do ano. Abaixo, destacamos os índices IMA, que representam o IPCA+, IRF, que representam os ativos pré e a Selic.


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