Renda Fixa


Inter News - Renda fixa - Onde investir na renda fixa em 2025?

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Rafael Winalda

Publicado 11/dez

Onde investir na renda fixa em 2025?

Na News anterior, falamos sobre as mudanças do atual cenário. Confesso eu que não esperava os atuais prêmios em patamares tão altos, todo o estresse e a volatilidade nos juros, IPCA+ 7%, quem diria, não?

E com todas estas movimentações e incertezas, nos perguntamos: onde investir em 2025 diante desta situação? Hoje trataremos deste assunto, avançando nas principais categorias de títulos públicos e seus vencimentos. Com toda a volatilidade, tentaremos lhe ajudar com este conteúdo.

Selic? Eu nunca critiquei!

Nos últimos dois anos, mas 2024 em especial, a Selic (zona da massa) é o indexador que melhor tem performado. Tem superado, e de longe, tanto o IPCA+ quanto os ativos pré. Isso acontece por conta da volatilidade dos juros e o fato de que estes outros indexadores sofrem com a famosa (e ao mesmo tempo desconhecida) marcação a mercado. Com os juros subindo, a performance destes indexadores tende a ser pior no curto prazo, mas para a Selic acontece o contrário, vemos melhora do retorno.

Nos gráficos a seguir destacamos esta situação. Como podem ver, uma verdadeira lavada, como dizem. Só recaptulando, IMA-B é o índice que representa os ativos IPCA+ e IRF, os ativos pré.

De modo geral, em nossa opinião, tal situação deve continuar em 2025, visto todo o cenário de incerteza que já abordamos. Onde a Selic vai parar? Qual será o teto dos juros futuros? São muitas questões e poucas certezas, o que reforça a alocação neste ativo pós fixado.

Assim, para reforçar mais ainda a alocação em parte da sua carteira para o próximo ano, no gráfico a seguir destacamos as expectativas do Focus, mediana dos principais bancos do Brasil. As projeções não param de subir. 2025 já tem valores projetados de 13,5%, conforme o último boletim.

Historicamente, ativos indexados à Selic apresentam um prêmio positivo acima da inflação, geralmente são investimentos de liquidez diária e de fácil movimentação (aplicar/resgatar). Nossa sugestão é que o cliente mais arrojado tenha ao menos 20% (somando os 5% de liquidez) da carteira alocado nesta classe de ativo.

IPCA+, o que era bom ficou melhor!

Particularmente, eu gosto bastante dos gráficos a seguir para justificar o call de IPCA para o longo prazo. Em outra News tínhamos dito que era a Grande Oportunidade de Mercado! Mas, o que era bom, ficou melhor ainda. Os títulos com vencimento mais curto se aproximaram dos incríveis +8%, enquanto os mais longos estão próximos dos 7%.

Com um premio real neste nível, é fácil de entender que no longo prazo o IPCA+ é quase imbatível. Sim, no curto prazo é outra historia, vide o tópico anterior. Mas pense no seguinte exemplo, a nossa principal recomendação é o vencimento em 2045 (B45, IPCA 2045), quanto isso renderia? Quase 400% em termos reais, se considerar uma inflação média de 4%, seriam 8x, o seu investimento multiplicaria por 8.

Também nos gráficos anteriores, é perceptível que não é todo momento que você tem a oportunidade de alocar com tais taxas. Portanto, é uma janela de oportunidades imprescindível atualmente. Se alongarmos um pouco a base temporal dos primeiros gráficos desta News, o que você me diria do retorno do IPCA+ versus o CDI?

E por que 2045? Bom, leve em conta dois tipos de risco, o primeiro é o de volatilidade e marcação a mercado. Quando os juros sobem, você tem um retorno negativo nos ativos que tem taxa préou parcialmente pré, como o caso do IPCA+. Tem que ter ciência disto.

Quanto observamos os demais vencimentos, entendemos que a relação risco retorno para o investidor pessoa física, pensando no longo prazo, teria melhor relação com este vencimento em 2045. Dentre as alternativas, possui uma excelente taxa e com volatilidade melhor comparado aos vencimentos similares.

Assim, que tal garantir parte da sua aposentadoria? Com este prêmio real, com este nível de juros, pensando no longo prazo, lhe convido a fazer o seguinte exercício: pense quando você pretende aposentar e o quanto teria de retorno caso aplicasse parte do seu dinheiro nestas taxas.

Por fim, o segundo risco é o de reinvestimento. Aos investidores que não querem comprar ao tão longo quanto 2045, sugerimos então o vencimento em 2029. De fato tem uma volatilidade menor e uma taxa maior marginalmente, mas a qual a taxa você reinvestirá quando chegar o vencimento? Lembre-se que estamos lidando com um cenário de taxas estressadas. Não é sempre assim!

E o pré?

Eu vejo muitos “influenciadores” recomendando o pré como se fosse a chance de ganhar muito dinheiro, mas e o risco? Aqui nós temos marcação a mercado e bastante volatilidade. Apesar das taxas estarem em quase 15% a.a., a inflação no Brasil segue acelerando, qual então será o seu retorno real? Compensa o risco?

Por outro lado, como nosso lema aqui é sempre a diversificação, não seria prudente excluirmos esta classe, considerando os retornos previstos. Nesse sentido, sugerimos uma alocação de até 5% em ativos pre-fixados, mas lembrando que a volatilidade aqui pode ser ainda maior. Então, é preciso ter paciência também.

Como esperamos que o tom para 2025 ainda seja de bastante volatilidade nos juros, as curvas poderão seguir em patamar elevado, mas qual será o teto? Olhando o gráfico abaixo, em uma comparação semanal, mensal e de seis meses, quem comprou os ativos préno inicio do ano, tem qual retorno atualmente levando em conta a marcação a mercado? Mediano, vide a tabela da primeira página.

2025...

Ao menos no primeiro semestre, acreditamos que as incertezas e estresse das curvas tendem a trazer uma performance mais desafiadora dos ativos que têm taxa préou parcial tende a continuar. Com isto, mantenha a sua carteira diversificada, acompanhe as nossas News e o Market Strategy!

Dica cultural

A dica cultural de hoje vai para um livro que tive a oportunidade de conhecer na faculdade, “Rápido e Devagar: Duas formas de pensar”. Daniel Kanheman é um brilhante pensador e explora em sua obra os dois sistemas da mente humana: 1) Sistema 1,rápido, intuitivo, automático, agimos por instinto; 2) Sistema 2, analítico, lógico, sistemático, onde entra em ação principalmente para resolver problemas complexos. É muito interessante, vale a leitura.

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