Déficit em transações correntes em setembro foi de US$ 5,7 bilhões
No acumulado até setembro, o déficit é de U$29,6 bilhões, bem superior ao resultado de US$11,4 bilhões do mesmo período em 2021. Em 12 meses, o déficit em conta corrente voltou a ultrapassar 2% do PIB. Entre as razões para o fluxo mais negativo esse ano está o aumento de remessas de lucros e dividendos e o balanço de serviços, ambos fatores ligados ao crescimento maior da economia brasileira. A boa notícia do resultado foi o forte investimento direto no pais que em setembro somou US$9,2 bilhões e já ultrapassa US$70 bilhões no acumulado do ano.

O superávit da balança comercial acumulado até setembro está praticamente estável em relação ao ano passado, em US$34 bilhões, na medida do BC. Apesar do saldo semelhante, as exportações e importações cresceram cerca de 20% até setembro de 2022, reflexo do aumento das exportações de commodities e do crescimento das importações da indústria de transformação, tanto pelo impacto do preço como pelo volume.
A diferença para o cálculo da Secex, que havia sido de US$48 bilhões, é a importação de bens de pequeno valor, via encomendas, e investimentos de brasileiros em critpoativos, que somam cerca de US$14 bilhões no acumulado do ano.

Balança de serviços reflete recuperação de gastos em viagens
O déficit na conta de serviços subiu para 63% no acumulado do ano até setembro e soma US$19 bilhões. O resultado indica normalização da conta serviços ao patamar pré-pandemia. Despesas com viagens e transportes foram as principais altas.

O déficit em Renda Primária também teve alta de 30% até setembro principalmente pelo aumento das remessas de lucros e dividendos, tanto dos investimentos diretos como dos investimentos em carteira.
Investimento Direto no País (IDP) acumula US$71 bilhões em 2022
Em agosto e setembro, o IDP somou US$9 bilhões/mês. No acumulado até setembro, os ingressos já são 65% superiores a 2021 e já representam 4% do PIB em 12 meses. O maior volume acontece tanto em participação de capital como em operações intercompanhia. O volume de investimentos pode ultrapassar US$80 bilhões no ano e será o maior valor desde 2014.

Investimento em carteira teve saída de US$2,6 bilhões em setembro. Os investimentos em portfolio seguem negativos em 2022, principalmente pela saída em ações e fundos de investimento. A elevação dos juros nos EUA e aumento da aversão a risco dos investidores explicam o fluxo, que acumula saldo negativo de US$2,5 bilhões em 12 meses.

Reservas internacionais somam US$324 bilhões em outubro. A redução observada esse ano ocorre principalmente pelas variações negativas no portfolio de investimentos. Com a elevação dos juros nos EUA, os títulos do tesouro tiveram perda de valor de cerca de 15%. Além disso, 20% das reservas são em outras moedas, incluindo euro, libra e iene, e o dólar acumula valorização de cerca de 18% no ano, o que também impacta negativamente as reservas. As intervenções do BC acumulam apenas US$2 bilhões e foram concentradas em linha.
