Taxa de desocupação recua para 6,2%
A taxa caiu para além da expectativa, com recuo também na medida com o ajuste sazonal, de 6,3% em abril para 6,1% em maio. Nota-se melhorias em praticamente todas as medidas, com a população desocupada diminuindo, assim como a informalidade, além da população ocupada aumentando e do número de empregados no setor privado com carteira assinada batendo recorde na série histórica, alcançando 39,8 milhões de trabalhadores.

Apesar do rendimento real ter ficado estável, mas em patamar robusto, vimos a massa de rendimento real batendo novo recorde, alcançando R$ 354,6 bilhões, o que ajuda a dar sustentação ao consumo e crédito. Entretanto, vemos alguns sinais que sugerem cautela à frente. Boa parte do avanço no emprego foi devido à setores acíclicos, com a administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais adicionando 684 mil empregados, enquanto os outros setores não tiveram variação significativa. Isso sugere que as condições financeiras mais apertadas, com a Selic a 15%, têm desincentivado a contratação de novos trabalhadores.



Além disso, observou-se também aumento de 3,8% na população subocupada por insuficiência de horas, outro sinal de fragilidade no mercado de trabalho. Ainda assim, vemos o mercado de trabalho historicamente aquecido, porém, esperamos que o aperto monetário empreendido pelo banco central nos últimos meses irá desacelerar o emprego nos próximos meses e esperamos que a taxa de desocupação encerre o ano a 6,5% em 2025 e 7% em 2026.

Caged indica adição de 149 mil vagas
A geração de emprego formal em maio foi de 149 mil vagas, abaixo do esperado que era de 176 mil apesar de ainda ser superior ao saldo de 139 mil visto em maio de 2024. Os ganhos do mês foram focados em serviços, comércio e indústria com adições líquidas de 70, 23 e 21 mil vagas respectivamente, além de um bom resultado em agropecuária com saldo de 17 mil vagas. Entretanto, o resultado de maio indica continuação da tendência de moderação na atividade do setor formal, particularmente para a construção cujo saldo em 12 meses já atinge mínimas de quatro anos. O qualitativo dos demais segmentos econômicos indica situação parecida com a vista no último relatório, com arrefecimento na margem em conjunto com a presença de ruídos nas contratações, particularmente para o comércio cujo padrão de contratação continua afetado pelo efeito-calendário do Carnaval deste ano.

Apesar da desocupação próxima das mínimas históricas em meio a um forte desempenho do mercado de trabalho, os sinais de desaceleração gradual continuam aparecendo na geração de vagas do setor formal, refletindo a defasagem dos efeitos restritivos da política monetária. Espera-se que o segundo semestre apresente impactos mais proeminentes do patamar de juros atual, que se situa em níveis bastante restritivos, impactando o resultado do PIB nos últimos dois trimestres do ano.