Dólar fecha em R$5,49 com tensões associadas ao IOF
O câmbio encerrou a última sexta-feira em R$5,51, com queda de 0,36% na semana e acumulando baixa de 3,21% no mês, além de redução de 10,69% no ano.

A semana começou tranquila, com baixos volumes no mercado e leve alta no dólar – apesar das falas dovish de Powell que reduziram a força externa do dólar – por conta da queda no preço do petróleo e seus impactos na internalização de divisas feita pelos exportadores brasileiros.

A volatilidade aumentou no meio da semana, com a continuação das tensões entre o governo e o Congresso motivadas pela votação do IOF, que geraram breve alta no câmbio da sessão de quarta-feira. Todavia, com a derrubada do decreto pelo Congresso na noite do mesmo dia, todo o movimento foi devolvido no pregão de quinta, fazendo com que a cotação do dólar atingisse outra mínima neste ano. Os dados benignos de inflação, com a divulgação do IPCA-15, também ajudaram o ânimo dos mercados no dia ao indicarem um processo inflacionário menos difuso e constituírem notícia bem-vinda para que o Banco Central tenha uma trajetória de juros menos restritiva do que anteriormente esperado.
No encerramento da semana o dólar mostrou outro episódio de volatilidade com nova ignição das tensões comerciais americanas, após o presidente Trump anunciar que encerrou as negociações comerciais com o Canadá de maneira abrupta, indicando que o fator das tarifas ainda deverá ser fonte de volatilidade para o dólar. De toda maneira, o cenário doméstico benigno ajudou a anular esse efeito na divisa brasileira.
Outro ponto de atenção são possíveis pioras nas condições de liqudiez no mercado spot, que motivou leilão por parte do Banco Central na última quarta-feira, somando US$2bi. De todo modo, a situação permanece substancialmente melhor do que a notada no final do ano passado, e não constitui patamares estressados.
