Dólar fecha em R$5,74 com dados de inflação e temores sobre recessão americana
O câmbio encerrou a última sexta-feira em R$5,74 representando uma queda de 0,86% na semana, com redução de 0,28% em março e baixa de 6,69% no acumulado do ano.


O dólar começou a semana em alta com temores associados aos impactos de uma eventual recessão americana nos ativos do resto do mundo, como evidenciado pelas leituras do GDPNow que, até o momento, indicam retração anualizada de 2,4% no 1T25 como consequência da incerteza tarifária promovida nos últimos dois meses. Lembramos que apesar da tendência de desvalorização global do dólar que se instaurou recentemente, a moeda ainda preserva suas propriedades tradicionais como safe haven, ainda que episódios recentes enfraqueçam essa tese na margem.
Nos últimos dois dias da semana, fatores externos foram particularmente importantes para a determinação do câmbio brasileiro, conforme temores da recessão americana mencionada foram apaziguados após reuniões de líderes políticos demonstrando determinação para evitar uma crise do teto da dívida americana. Tais eventos acontecem com determinada regularidade ao longo dos ciclos políticos nos EUA, porém a polarização crescente na última década, em conjunto com uma razão de endividamento gradualmente maior do governo federal, tem levado a discussões mais prolongadas sobre o que antes era uma mera formalidade, produzindo maior incerteza sobre a realização de um evento de cauda onde o Tesouro americano se tornaria incapaz de honrar alguns de seus compromissos financeiros.
