Dólar fecha em R$5,56 com tarifas, dados macro nos EUA e fiscal favorável
O câmbio encerrou a última sexta-feira em R$5,56, com queda de 2,85% na semana e acumulando baixa de 2% no mês, além de redução de 9,61% no ano.

A semana foi marcada por uma sequência de quedas bruscas no dólar geradas por uma combinação de fatores favoráveis do lado doméstico e externo.

Na segunda-feira vimos tendência global de enfraquecimento do dólar com mais outro episódio de volatilidade comercial com a proposta de uma tarifa de 25-50% no aço e alumínio, com a União Europeia afirmando que irá retaliar se o governo americano for em frente com o aumento.

Na terça-feira, o foco se voltou para os fatores domésticos, com boa receptividade no mercado para as falas de Lula em respeito às alternativas do IOF para resolver o imbróglio fiscal, além de comentários hawkish de Galípolo indicando possibilidade de uma alta final de 25p.b. na Selic, intensificando apostas por um juro mais alto que retiraram pressão do câmbio.
Entre quarta e quinta, dados de emprego preliminares na economia americana apontaram indícios de uma geração de vagas mais amena, intensificando apostas por um corte de juros mais prematuro por parte do Fed. Porém, o dado oficial publicado na sexta foi acima do esperado e reverteu o enfraquecimento global do dólar, pressionando o câmbio brasileiro.
No meio tempo, o mercado brasileiro se posicionou favoravelmente com o leilão de NTN-F na quinta, conhecido como o “título do gringo” que trouxe mais dólares em meio ao grande diferencial de juros, além da expectativa, na sexta, de que o governo deve efetuar revisão de isenções tributárias como meio de compensar o choque de expectativa tributária no incidente do IOF, dando indícios de um ajuste mais saudável na dinâmica fiscal que tem dominado a pauta brasileira ao longo dos últimos dois semestres.