Macroeconomia


Análise | Câmbio | 05.Mai.2025

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Gustavo Menezes

Publicado 05/mai2 min de leitura

Dólar fecha em R$5,66 com externo favorável e fiscal melhor do que o esperado

O câmbio encerrou a última sexta-feira em R$5,66 representando uma queda de 0,46% na semana e baixa de 8,03% no acumulado do ano.

A despeito do maior volume de dados macro publicados nesta semana, o mercado de câmbio reagiu de maneira mais amena do que o usual, numa situação facilitada pela redução do estresse financeiro no exterior e dados fiscais marginalmente mais favoráveis do que o esperado, atenuando as preocupações que tem sido pauta semi-recorrente nos últimos trimestres.

O recuo de algumas das promessas tarifárias feitas por Trump ao longo da semana gerou alívio para investidores globais que temem uma desaceleração brusca da atividade econômica americana e seus impactos no resto do mundo, facilitando aportes de estrangeiros nos títulos de renda fixa e variável das economias emergentes, Brasil incluso.

Ao mesmo tempo, porém, realçamos cautela nas perspectivas otimistas que se assentaram recentemente. Dados de volumes portuários indicam que o dano gerado pela incerteza tarifária foi material, e estes impactos ainda não apareceram nos dados do PIB do 1T25, que já resultou em leitura negativa e arrisca uma recessão técnica para o 2T25, gerando revisões negativas nos resultados corporativos e outra leva de fuga de capital para as bolsas ex-US, que seguem precificadas favoravelmente comparadas com os destinos americanos.

Informações sobre os diálogos internos da administração americana também sugerem que o alívio tarifário pode ser revertido novamente, constituindo outro gatilho que faz com que a perspectiva do DXY seja assimetricamente negativa. Apesar de um impacto líquido que é benéfico para as moedas de desenvolvidos ex-US, a perspectiva é ambígua para as divisas emergentes, que são mais afetadas em movimentos de aversão ao risco por conta da percepção institucional de maior fragilidade destas economias. Assim, apesar de mantermos perspectiva otimista para o real brasileiro no médio prazo por conta de uma economia que deverá ser pouco afetada pelas novas políticas comerciais, é possível que hajam desvios de tendência no curto prazo.


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