Dólar fecha em R$5,72 com externo, PIB e IOF em pauta
O câmbio encerrou a última sexta-feira em R$5,72, alta de 1,4% na semana mas ainda encerrando o mês da maio com em baixa de 1,2%, acumulando baixa de 7,4% no ano.

A semana começou com feriado nos EUA e Reino Unido, que amenizou os volumes financeiros na segunda e acabou também por impactar a cotação do câmbio da terça, num ajuste pós-feriado que refletiu o deslocamento entre a cotação doméstica do câmbio e as variações globais do dólar na segunda-feira.
A volatilidade do câmbio se acentuou na segunda metade da semana, refletindo majoritariamente fatores externos com a flutuação do dólar em meio aos dados do PIB americano e ao bloqueio judicial das tarifas comerciais que influenciaram as apostas na trajetória de juros do Fed em direções opostas.

Domesticamente, o debate em torno do IOF gerou tanto uma preocupação fiscal em meio à busca do governo de maior arrecadação, quanto também um incremento no prêmio de risco refletindo o desgaste político do ministro da Fazenda tendo em mente o anúncio polêmico, que gera maior incerteza na margem acerca da credibilidade do governo federal para cumprir a meta fiscal. Essa visão também foi realçada pela Moody’s ao cortar a perspectiva positiva no rating soberano brasileiro, mantendo a nota no atual patamar Ba1.
Por fim, a divulgação do PIB brasileiro no 1T25 foi o principal fator apontado para o enfraquecimento da moeda brasileira na sexta-feira em meio a preocupações sobre o resultado qualitativo da atividade econômica, que indica uma atividade mais forte. Porém, o nosso entendimento é de que o resultado não traz alterações significativas de mudança no curso da política monetária, visto que boa parte do aperto monetário efetuado pelo BC ainda deve demorar meses para surtir efeito em meio a uma instância historicamente restritiva. Porém, vale lembrar que esta projeção está condicionada a uma melhora do cenário fiscal e parafiscal, que continua incerto em meio a conflitos internos no governo e deve constituir um gatilho de risco para piora eventual na cotação do dólar.
