Alívio nos prêmios de risco
A semana foi marcada por uma forte recuperação dos preços dos ativos no Brasil, com queda do dólar, juros e alta na bolsa. O dólar foi o destaque fechando em R$4,91, menor cotação desde junho do ano passado, valorização de 3% na semana, acumulando ganho de 7% no mês. O Ibov teve alta de 5,41% na semana, com destaque para os setores mais sensíveis à taxa de juros, respondendo a uma renovada expectativa de queda da Selic no segundo semestre. Em resposta, o índice financeiro (IFNC) avançou 8,05%, seguido de uma alta de 6,75% do imobiliário (IMOB). Em sequência, com todos os setores refletindo positivamente as melhores percepções domésticas, o índice de utilities (UTIL), consumo (ICON) e materiais básicos (IMAT) apresentaram uma valorização respectiva de 4,25%, 3,97% e 3,95%.
A boa notícia no Brasil veio com o IPCA de março que ficou abaixo do esperado, mostrando desaceleração nas medidas de núcleo e serviços, e reascendeu as expectativas de cortes na Selic. A curva de juros teve queda de 30 bps nas taxas médias e longas, ainda precificando 50% de chance de corte em julho e terminando o ano próximo de 12%. Os juros reais também fecharam cerca de 15bps nas taxas mais longas o que contribuiu para uma alta de 1% no IMAB, que acumula + 5,4% no ano, acima do CDI. Outros indicadores divulgados continuam apontando para atividade mais fraca e inflação em queda, como o IGP-DI que acumulou -1,1% em 12 meses até março, serviços com queda de 3,1% em janeiro, e o fraco volume de emissões no mercado de capitais, que fechou o trimestre 40% abaixo do mesmo período no ano passado. O Real também teve forte valorização para R$4,91 e revisamos nossas projeções (Veja relatório aqui) com redução na expectativa para o cambio em 2023 de R$5,20 para R$5,00, com base no esperado fluxo comercial e de investimentos e expectativa de fim do ciclo de alta do Fed, e redução do risco fiscal com a proposta do novo arcabouço.
Lá fora, os indicadores também foram mais positivos pelo lado da inflação, tanto o CPI como o PPI mostraram desaceleração e ficaram ligeiramente abaixo do esperado. O desempenho do varejo nos EUA em março foi negativo em -1%, mas a produção industrial recuperou para 0,4%. O indicador de Michigan, no entanto, mostrou confiança maior, com o cenário de alívio na crise bancária e a expectativa de inflação para um ano saltou para 4,6%. As apostas em uma alta de 25 bps na próxima reunião do Fomc em maio são predominantes, mas o Fed deve encerrar o ciclo de alto, o que pode trazer alívio para os mercados.
Fundos Imobiliários
Em nova semana de correção, IFIX oscilou 0,76%. Seguem os principais fatos ocorridos no período:
RECR11:O fundo informou que os CRIs foram da 92ª Série da 4ª emissão da Virgo foram quitados no montante de R$ 75.115.845,54 dos imóveis objeto das matrículas n° 115.383, 101.340, 101.464, 101.840, 101.676, 101.538, 101.447, 101.341 a 101.356, 101.448 a 101.463, 101.465 a 101.480, 101.539 a 101.554, 101.677 a 101.692, 101.841 a 101.856, 115.384 a 115.399, todas do 15º Registro de Imóveis de São Paulo – SP.
KINP11:Informou que foi pago a totalidade do valor pendente pelos seus investimentos nos ativos alvos, referente a precificação dos estoques e contas a receber dos projetos, na quantia de R$ 52.308.824,20.
MAXR11: o fundo não recebeu de uma de suas locatárias o pagamento da totalidade do aluguel mensal devido, referente à competência de fevereiro/2023 com vencimento em março/2023, o que representa um impacto negativo na distribuição de rendimentos do fundo de, aproximadamente, R$ 0,0772 por cota.
Agenda da Semana
Na próxima semana, teremos a divulgação dos dados do setor imobiliário nos EUA, que pode indicar nova desaceleração e consolidar a visão de fim de ciclo de alta de juros mais próximo. A China divulga o PIB do primeiro trimestre com uma esperada recuperação de 2,1% na comparação com o 4º trimestre e 3,9% em relação ao ano anterior, ainda abaixo da meta do partido de 5%. Aqui no Brasil, o IBGE deve divulgar a produção industrial de fevereiro e aguardamos o envio do texto final do arcabouço, juntamente com a LDO 2024 para o Congresso.