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Carteira Recomendada | Global Macro | Novembro 2023

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André Valério

Publicado 01/nov

Carteira Global Macro | Inter Recomendações

Carteira destinada para investidores que buscam diversificação em relação aos seus investimentos internacionais. Com foco na macroeconomia internacional, essa carteira é desenhada para operar ciclos macroeconômicos ao redor do mundo, em linha com o cenário macro vislumbrado pelo time de Macro Research do Inter.

A carteira é composta exclusivamente de ETFs que permitem operações long e short em diversas classes de ativos. Com isso, nós conseguimos fornecer uma nova camada de diversificação, montando uma carteira com baixa correlação com o S&P500. O horizonte relevante é de 3 a 6 meses. Apesar de não ser de curtíssimo prazo, é uma carteira que demanda um acompanhamento um pouco mais frequente.

Tese Macro

Não vemos mudanças significativas no cenário econômico internacional. A economia americana continua bastante aquecida, com o PIB crescendo 4,9% no terceiro trimestre de 2023 e o mercado de trabalho adicionando 336 mil novos empregos em setembro, enquanto a inflação continua em patamar acima da meta, mas sem gerar grandes preocupações.

Portanto, o mercado não antecipa uma recessão, o que ajudaria a trazer a inflação à meta e forçar cortes na taxa de juros por parte do Fed. Com isso, os juros longos americanos seguem seu rally, renovando as máximas dos últimos 15 anos.

A grande mudança no cenário foi o aumento da incerteza mundial com a eclosão do conflito entre Israel e Palestina em face aos ataques do último dia 7. Por enquanto, o conflito não tem causado impactos significativos nos mercados, mas uma eventual escalada do conflito, com a entrada de outros países pode levar a um terremoto nos mercados, principalmente no preço do petróleo.

Além disso, vemos a Europa se aproximar aceleradamente de uma recessão. O Banco Central Europeu pausou em sua última reunião, mas o impacto acumulado do aperto poderá se mostrar excessivo e já vemos sinais claros de atividade enfraquecida, especialmente nos PMIs da França e da Alemanha.

No Japão, o Banco Central japonês persiste em não iniciar a normalização da sua política monetária. Após revisarem suas expectativas de inflação para 2023 e 2024 para cima, havia a expectativa de que o BoJ fosse dar os primeiros passos para encerrar o YCC, entretanto, o que se viu foi uma flexibilização do limite, com o BoJ vendo o yield de 1% para os títulos de 10 anos como uma referência e não mais um limite que desencadearia uma intervenção automática no mercado de renda fixa. Com isso, o iene deve continuar desvalorizando.

Desempenho | Chaos is a ladder

Como a carteira estava posicionada de maneira defensiva, ela se aproveitou do aumento da incerteza observada com o início do conflito no Oriente Médio. Claramente, isso não estava em nosso cenário, portanto, acertamos pelos motivos errados, mas acertamos.

Todos os ativos, com exceção do iene, tiveram desempenho positivo, com destaque para o gás natural e o ouro, que tiveram desempenho de 13,1% e 8,5% no mês, respectivamente. Por fim, o iene recuou 1,21% no mês, fruto da decisão do BoJ no último dia 30, que reacendeu as pressões na moeda japonesa.

Com isso, a carteira teve um desempenho de 1,38%, batendo o benchmark em 3,39 pontos percentuais.

Alocação | Cash still is king

Para o próximo mês, mantemos nossa visão defensiva.

Dada a decisão do BoJ, decidimos encerrar nossa posição em iene. Também encerramos a posição em gás natural que depende de um cenário de inverno mais rigoroso no hemisfério norte, o que é difícil de antecipar. Por fim, encerramos também a posição em ouro, pois com as moedas fiduciárias pagando juros reais elevado e o dólar fortalecido, o ouro tende a enfrentar resistência. Além disso, a posição fortalecida do dólar tende a fazer com que os bancos centrais ao redor do mundo, que precisam desfazer de reservas, o façam vendendo ouro ao invés das treasuries que pagam 5%.

Dada nossa visão pessimista com Europa, adicionamos uma posição vendida nas stocks europeias, através do ETF EPV. O peso dessa alocação é de 10% do valor do portfólio.

Além dessa posição, adicionamos uma posição long em petróleo, de 5% do portfólio. Depois do rally observado recentemente, o preço do petróleo recuou, criando uma boa oportunidade de entrada. Com isso, se mostra um bom hedge para uma escalada do conflito no oriente médio, especialmente se o Irã e a Arábia Saudita se envolverem.

Por fim, mantemos 85% do nosso portfólio em t-bills de curtíssima duração.


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