Como, no final das contas, a análise de uma empresa se concentra na sua capacidade de geração de caixa, as consideradas capital intensivas – ou seja, que realizam altos investimentos dentro do seu modelo de negócio – podem registrar níveis de depreciação & amortização altos, o que distancia o seu resultado contábil em relação ao fluxo de caixa. Logo, métricas ajustadas desses efeitos são importantes na análise do desempenho operacional.
Mas então por que existe, afinal, essa linha cujo efeito é apenas contábil e que causa distorções? Bom, trata-se de uma política contábil cujo raciocínio vamos explicar agora:
Quando uma empresa compra ativos nos quais se espera dela geração de receita por múltiplos períodos – por exemplo, uma máquina que produzirá bens por anos ou um imóvel mantido para locação –, a despesa incorrida na sua aquisição é “capitalizada”, ou seja, reconhecida no balanço patrimonial como um ativo.
Se, por outro lado, o ativo em posse fornece à companhia receita apenas para o presente exercício fiscal, o custo incorrido na sua geração e/ou posse deverá ser reconhecida como “despesa” no demonstrativo de resultado, seja como custo do produto/serviço vendido ou como despesas com vendas ou gerais & administrativas.
Ok, mas então a despesa “capitalizada” fica no balanço para sempre? Não na teoria.
Seu custo de aquisição será reconhecido gradualmente no resultado de acordo com sua vida útil estimada. É exatamente assim que surge a despesa de depreciação & amortização. Trata-se de uma “despesa” que a companhia já arcou anteriormente na forma de CAPEX, mas que é reconhecido contabilmente na DRE ao longo dos anos, à medida que sua vida útil avança até chegar ao fim.
Enquanto a depreciação é reconhecida como despesas do Imobilizado e Propriedades para Investimento, a amortização realiza o mesmo papel no Intangível.
Atualmente, o método de depreciação ou amortização mais utilizado é o linear, cuja equação é ilustrada abaixo:
Onde o custo histórico é o incorrido na aquisição do ativo e; o valor residual é o previsto a ser recuperado – como em revenda, por exemplo – quando sua vida útil (estimada contabilmente) chegar ao fim.
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